A VOLTA DO JUSTINO – Que jeito esse Polico? Me admira muito o que o povo andam dizendo! Diz que nesse tempo que passei nas Neves você que virou num valentão? Escutei umas prosa, que você anda cantando de galo pras vendas, rastando mala: que num tem homem procê nessa terra; que é muito macho e coisa e tal... me digue se é verdade que você tem treis bago como que anda dizendo...Me admira muito falar desse jeito, pq se é verdade, me mostra, pq somos dois: eu sim é que tenho treis tentos. Por isso q sou macho maxixo maduro e doce, está sabendo.E tem mais: tenho treis e dos grandes, num é pra me gabar nada não. – Ara, seu Justino, invencionice do povo pra me indispor com a sua excelência. Reverenciou o Polico ainda encolhido num canto. – Cumo é que é? Tem ou tem, desembucha logo. Deixa de ser subalterno, sô. Mostra logo a macheza que vive alardeando. ...Se tem, mostra logo, deixa de mamparra. – Baguico atoa, seu Manoel Justino, coisica de nada, mais parece uma íngua. Num passa de ser uma mula, coisa de doença venérica mal curada, consquência dum cancro duro. Agora sua excelência sim é q tem treis bagos, pra fazer justiça às sua grandezas machas.Merece de ter. Se sua excelente pessoa diz q tem é pq tem , gemeu o Polico cheio de dedos, a voz afinada de propósito, se pondo muito inferior. – ah! É assim é? Possa ser q seje. Tem outra coisa: como q andam dizendo q vc anda desrespeitando minha amásia, rbejando ela na minha ausência. Isso num ta certo! Me digue logo duma vez. – Ara seu maximiniano, invencionice dessa gente alcoviteira q num tem o que fazer. Pois quer saber? Eu até q sou meio chibungo. Sou viado de tudo.