sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Ricardo, irmão do Zé Cabo Verde, de chofer


A mulher garrou de ficar com pensão daquilo dele. Tinha de internar de qualquer jeito. Mas foi aonde que pregou aquela peça no Totó, que foi no ford V-8, de acompanhante responsado, sendo o Ricardo, irmão do Zé Cabo Verde, de chofer. A confusão do causo se deu foi na chegada do manicomio,

Expressões


Ele era um homem sem ardência, um fresco, bem frangão, por mais que esquentassem ele. Num aluia um nada. Ele num aloi nem um pouco. Mas deu pra variar, ficou com o braço esquecido, andava pra desapairecer a idéia da cabeça

Se o Clemente Mariani, estivesse vivo


Quando viu a situação dos loucos, iniciou a sua peroração."Sabia que num ia dar certo, esses republicanos não sabem de nada mesmo, são uns bárbaros: onde já se viu levantarem barricadas contra a figura excelsa do imperador, que foi escolhido governante por uma questã de direito natural? é uma excrecencia: onde nós estamos? São muito materialistas, gente atéia, sem religião, tudo positivista e maçônico. Se o Clemente Mariani, estivesse vivo, ou o Joaquim Murtinho, aí sim: gente de pulso forte pra conter essa ralé, esse povinho revoltoso que não respeita a figura sublime do nosso imperador.

Presidente Antonio Carlos de Andrada


Presidente o Dr Artur Bernardes e presidente do estado o dr Antonio Carlos de Andrada gente dos Andrada e Silva, secretario de justiça, o Coronel João Alberto, ele vivia como se estivesse na monarquia. Defensor de D. Pedro segunda e da família imperial, tinha um respeito doentio pelos símbolos do poder, contra a abolição da escravatura. Seus discursos barrocos, da época parnasiana, ainda cheio dos dizeres monarquistas.

O Sinésio num era bem dizer um louco


O Sinésio num era bem dizer um louco, mas um homem ultrapassado, meio prosaico de antigo, no ar e nos trajes. Não percebia a passagem do tempo, tinha la suas teorias a respeito da Política. Em plena fase republicana, o posotivismo ganhando a preferencia dos mais avançados, ele era monaquista.

—Campeia a zagaia Nestaldo, esse o nome do Pinduca. Pode que num dá tempo de trocar os cartuchos. Aí ó! nóis tamos nhambados: estamos no cu da perua. Na unha dela a malvada!

Liberdade.


Ser livre mas ao mesmo tempo ser obrigado a fazer opções, que é o que cansa. Difícil. É assumir a responsabilidade pelo que fizer: certo ou errado. É criar constantemente a própria essência individual. O Homem, ele está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio e no entanto livre, porque uma vez lançado no mundo, é responsável por tudo que fizer. Ele tem de escolher naquilo que está próximo, por o mais já estar determinado, como fazendo parte de um universo maior..

Arremetem. A alegria intensa.


Se aninham. Ali ficam arrulhando buliçosos, batem azaz afugentam tristezas, brincam. Calmos, sem nenhuma ordem, formam novos pousos inesperados; ficam, depois vão como vieram, do nada, sem aviso prévio. Arremetem. A alegria intensa. Quase sem necessidade. Que pensam? quase não pensam.

Como os pássaros, são aves de arribação.


Aves inquietas. Os jovens: eles vem eles vão, como os pássaros, são aves de arribação. Em debandada trovejam ao menor buliço, arremetem; não de medo, senão que de inquietação. Pousam em qualquer lugar, aos bandos: vão chegando aos pares, singulares,de repente multidão em alvoroço, o caos estrepitoso.

A doideira da menina


Que saibam não tratar-se de denuncia, senão que o enunciado duma proposição matematica, quase contábil. Que a doideira da menina, sendo mais a fome do que a falta do que comer, uma é que: do jeito que os grande passa, os pequenos tamem passa, nenhuma janelinha está aberta pra alguém na hora da correria.

Tamanho da nossa preguiça.


revela preguiça ou incapacidade , viver a vida real. A veneração pelo incorruptível, criação infantil inaccessível, do distante. Revela o desejo incontido de que outros realizem seu desejo. Estão na maior parte pedindo a Deus que alguem tome decisão por eles. Na verdade é como projetar um sistema do tamanho da nossa preguiça. Por tomar decisãoes e enfrentar as dificuldades do real, um medo de serem responsaveis por seus riscos de serem responsaveis por sua liberdade.

Ridica de tudo: chuva temporona.


Uma chuva fina, vasqueira, ridica de tudo: chuva temporona. São os eternos esperançosos que dão força e valor a vida: os demais tem uma cortina espessa de tristeza cobrindo os olhos e o coração. É preciso de qualquer jeito acreditar nalguma coisa ainda que racionalmente impossivel. Só a certeza do inevitavel da morte certa, nos torna capazes de viver.

Diabo anda solto


Você não acha que tem dia que parece que o diabo anda solto, como que no meio do redemunho. Ele andava com o diabo no corpo que nem lobisomem em noite de sesta santa de lua cheia, quase a pino, um ar de magia excessivamente clara, o tempo limpo sem atmosfera. entoou uma cantiga sem nexo, um homem especula e abelhudo. Deu o quinau nele: pança de angu. largato escadeirado, sai bunda de marimbondo!

Vento virado e curar quebrante.


O pé grande de tonto, vorteado, demais, dedão separado calçado de espora dum pé só. Fuinha, calça amarrada de embira meio caindo mostrando o rego da bunda, imberbe, sem bigode, uma preguiça de dar dó. Uma dor constante que principia no encontro e responde na cacunda, a maior parte deles teve de levar no curador pra tirar vento virado e curar quebrante.

Boqueiras permanentes


Magro fino esquelético, todos dum jeito só, esqualidos, a mesma figura de valete solitário, o cabelo sem cor, escorrido, magro da cabeça aos pés, branco, pouca barba, pouca sombrancelha, sem pestana, o vermelho rodiando os zolhos furta-cor. Boqueiras permanentes, nariz escorrendo o nó saliente de Adão. Pescoço comprido muito fino: a mesma figura repetida sempre. Sem peito, sem carnes, sem bunda.

O Gordurinha


A pessoinha dele a-toa, sem préstimo nenhum. Cara chupada a barba rala que nem que cabelo de milho. A cor rósea, glabra, clara, transparente, o nariz quase sangrando, que é puro ranho, sempre chupando eterno resfriado, a tosse sem fim, seca de catarro. engole não engole.

VELHARIAS


Coleciona tudo que é velho louco imprestável, gente recém morta, para ressuscitar. Gente desenganada com câncer, leucemia, aids, lepra e fogo selvagem. Até cura de doença nova das florestas, invisível e da fraqueza. Tudo para servir de matris ou receptáculo de sua nova raça dele que vai voltar com ele na segunda passagem do cometa.

Comparações


Com símbolos: a cruz, palavras e regras. Com instituições: liberdade, governo. Tem que resolver um problema de tempo: uma segunda passagem do Halley, na cauda de um cometa é que ele vai. Entra num buraco negro, explode apartecendo em outro lugar.

Brisas calmas


, o povo ficam tristes da perda. Sai em carruagens de papai Noel, naves silenciosas. Faz chover no nordeste.

Assim como veio, vai, em nuvens douradas,


não pousam nele. Se pousam, alvoroçam e saem desesperados feito loucos, em vôo cego sem destino: ficam pegajosos. Organiza planos de volta, leva velhos loucos imprestáveis, condenados de cadeia e de doenças incuráveis. Assim como veio, vai, em nuvens douradas,

Forgo longo


Fica horas dentro dagua sem respirar, até dorme dentro, volta com achados. Se quer, dorme um mês sem parar, mas nunca que fica cansado e quase não tem fome: come cascas de arvores e chupa resinas de pau. Dentro dagua, a outros parece morto, mas o corpo quente quando sai, os insetos

Descobre riquezas e pedras de rubí


Vira num culto de poder, as pesoas num querendo de deixar sua presença. Mas o pensamento avoa longe, as vistas no cèu distante, num lugar definido. Descobre riquezas e pedras de rubí, pedra dágua aonde que tem escondido visões de grande beleza, ouro enterrado, pelo sentimento e pelo faro, navios naufragados. Entra dentro dagua e respira pela pele: não molha.

Adivinha pensamento dos outro


O tempo não passa, dura enormidade. Tem uma fosforecencia um brilho, só luz. O povo principiam de adorá-lo de manso que é: moças, velhos, até homens não tem vergonha de ter um bem querer. Tudo que toca sara o incômodo. Ele cura: de perto, pondo a mão; de longe: pensando as feridas. Adivinha pensamento e o que vai acontecer. Prevê calamidades. Sonha, seu sonha vira em realidade.

Um moço loiro, quase albino


O Anticristo A história dum moço muito branco, branquíssimo, loiro, quase albino, os olhos de vidro, como de bonecas. Nele, tudo se renova, instantaneamente, nada fica velho: os dentes, unhas, cabelo, a pele glabra, nada que fica mais velho, imprestavel. Fala pouca de opiniões precisas, susurra, um fino de vós de falsete, nem masculino nem de mulher, branda. Vindo de outro lugar, a raça sua dele se acabando. Precisa deixar descendencia, ou levar algum alguem com ele para experiencias, velhos que seje, ele os renova e nunca que deixa morrer.

Um homenzinho meio magruço, cheio de dignidades. Muita simplidade no ar e nos trajes. No jeito de caminhar, um balangado esquisito, a cabeça agacha, muito grande, desproporcional pro corpo franzino, o corpo penso prum lado. Envergonhado de tímido em excesso os braços cruzados atraz das costas numa postura impossível de imaginar. Muito sorriso, poucos dentes. Um sesso de cambetear prum lado, um vicio de personalidade.

ficou o arvado deles


Depois de tirados os afogados só ficou o arvado deles, comidos pelas piranhas, pelas lontras e pelos urubus de carniça, treis dias depois. Um deles esmigalhado nas pedras de tanto girar no redemunho, num sabendo qual o quem, desreconhecido. O povo ficaram com os olhos orvalhados de tanto chorar a morte dos três uns. A festa virou em tristeza. Só. Era mês de abril, o céu azul de muito vento, mas azul de abril, um céu azul de sanhaços.

A fazenda do Bié Romão


A fazenda do Bié Romão na beira do Rio Pardo. Aonde que tinha um sumidouro, uma loca de pedra, um redemunho, a água entrando na pedra pro chão fora, indo apontar muito embaixo como que partindo o rio em dois pedaços, depois a cachoeira.

A festa do Zeca Zico


Vez em quando tinha briga feia, mas nessa não, que o Bié Romão tinha autoridade, impunha o respeito necesario. Eveio chegando gente de todo lado. foi chegando cavaleiro, gente de a pé e carro de boi. Aparecidos nas grotas e boqueirões.

Tirando de cabeça


Tirando de cabeça, se retirando de vez pra São Paulo. Lá na cidade grande, decerto que tendo mais campo pra trampolinagens deles. Serviram de mercenários na revolução de 32.Acompanharam cabeça do Mineirinho, seguiram a coluna Prestes e foram viver na jagunçagem. O Tiãozinho, sem querer, virou num valentão respeitado, até que acabou seus dias morto pelo Nicrinho, e jogado na enchente.

Os valentões tirando de letra


Na última hora, pra espanto geral, consentiram da presença do tiãozinho no velório, inclusível de seguir o enterro, segurando a alça do caixão, os dois de sentinela atraz do Tião. Não se deu nada do esperado, nem morte nem vingança nem nada. A vingança mais completa ficou pro fim, com serviço bem feito. Depois deu em nada, com os valentões tirando de letra

O povo cagava de medo


o pior que podia ter acontecido é não ver reconhecido os méritos. Depois de consumada a morte do Godofredo pelo fuinha, o povo ficaram com medo de que fosse perseguido pelo Gratistonho e pelo Jefe, mas não! o enterro foi concorrido, causo que o povo cagavam pras perna abaixo e de curioso de ver a carranca deles dois.

Defloramento duma ciganinha nova


Foi perseguido uma quadra grande pelo tião gajou por motivo de defloramento duma ciganinha nova, num querendo de casar consoante as leis da manada. Escondeu no Barro Preto, depois conceição dos ouros e Ventania, lugares de renegado e perseguido da policia. Gastou muito casco de cavalo nessa travessia. O tião caiu doente e ficou morando com os pinducas, pra depois continuar a perseguição.

Criado com manada de ciganos


Criado com manada de ciganos, aprendeu a arte de negociar com criação e animal, sua manhas e tretas, pra passar manta nos incautos e beócios. Saiu corrido de lá, causo de cavalhadas de negócio de esconde defeito de animal de peito aberto, estirador e animal velho passando poir novo de ardencia, causo de ter comido palha de café, misturado no fubá.

Cachapava, terra de Pinducas


Eveio negociar no Cachapava, dando parte de quebrado, num se sabe se pra divertir com as pinduquinhas ou se reunir com os seus parentes dele muito antigos, sua madrinha ou mãe de criação, ou cumprir promessa de expiação na igrejinha do Naninha Bueno, o santo homem que morreu duas vezes.

O esprito do Theófilo baixou no Godofredo


Quando o esprito do Theófilo baixou no Godofredo, se deu acontecer que baixou tambem o esprito do burrão rateado, na mulinha do tal, que desembestou, na desabalada carreira, ladeira abaixo, arrastando o Godofredo pelas pedras, com o pé enganchado no estribo, com espora e tudo. Mas num morreu o peste.

Corpo fechado


Mas como, se eles num era bem dizer parente, que se saiba. Só se em outra encarnação, aí podia que sesse. Isso dele receber o esprito do Theófilo se deu, quando estava alongado pelos carrascais, foragido da policia. Lugar que sempre ia em apoio de fazer parte com o diabo, entregar sua alma dele ao demo, ou fazer trato com o cão. Diz que tinha o corpo fechado por ter entregado a alma pro coisarruim.

Jacui, terra de gente papuda


Brigavam de turma, de pé, de faca e cabeçada. Dis que podia que sesse gente dos figueiredo da Divisa, mas essa uma gente de mais honra, brabos mas respeitosos. Mas como que pode se eles era do Monte Santo, quase Mata dos Sinos, em Jacui, terra de gente papuda. O povo falam, que sem saber dos figueiredos, ele encarnou o esprito do Theófilo.

ao Deus dará, caçando encrencas


Andava de déu em déu, ao Deus dará, caçando encrencas, um tirador de pontas. A pele de cuia, de cobre, como dos Pinducas, seus parentes próximos, descendentes de indios, uma gente de bugres. Resolveram de vim por banco em Cabo Verde, terra de jagunço, fazer arruaças. Pra eles, não tinha Justino nem Polico, nem Nenzinho, valentão nenhum.

A boca uma enormidade, um despotismo de dentes


Não diantava teimar.Bobagem. Mas foi de medo que o Tiãozinho matou ele com a texa insignificante: o erro na superavaliação de sua superioridade: bem no sangrador, por instinto de matar correto. A boca uma enormidade, um despotismo de dentes, arreganhada como de cachorro louco.

Catadura de animal, cara de piranha


Catadura de animal, cara de piranha, os muitos dentes em serra. Sem testa, as sombrancelhas misturando com os cabelos. A barba de espinho, continuando pelo pescoço, emendada com o peito, curto, atarracado: um selvagem. Com ele não tinha explicação possível, o nenhum atenuante.

Reflexões do Theófilo.


mesmo em situação de brandura. Os olhos, só tem sangue e veneno. O retrato escrito do da maldade, capeta em forma de gente, sem tirar nem por o demo, o coisa ruim. A sua faca dele de serrilha,pra doer mais fundo, cortando rasgado, só pra ver o cristão fazendo caretas quando estiver morrendo. Arrogância e prepotência só, o nó das mãos, o calombo proeminente, o braço em tábua como dos primatas, dos bugios.

Desapairecer a idéia da cabeça


distraído pelas ruas pra desapairecer a idéia da cabeça. A mulher garrou de ficar com pensão daquilo dele.

doida no transcurso da viagem


Louco que ficou são na metade da viagem; pessoa sã, ficando doida no transcurso da viagem, no meio da caminhada; gente sã, internada no lugar de gente sem juizo por arte de astucias desses

Loucos mansos doidos varridos


loucos mansos doidos varridos, matusquelas e de mil modos que um pode ficar ruim da cabeça; enfim uma fatiota ridícula e triste, mas divertida, pra nenhum botar defeito. A viagem, uma peripécia: que se passou coisa do arco da velha.

Velhos caducos


Simples desandados da cabeça, gente sistemática em escesso; velhos caducos, variando com lembranças remotíssimas; gente que perdeu por momentos a lembrança das coisas; gente com visões de coisas impossiveis, de almas penadas; alguns que perderam com a crise de 29, com vontade suicidar por suas próprias mão deles; empobrecidos que não conformam com a situação de perca;

Doidos varridos


outros encafifados de ganhar na loteria; encasquetados de virar num milionario, duma hora pra outra; loucos de amor puro e simples; doidos varridos, desses de avançar na gente ou de tirar a roupa no meio do povo, mostrando as vergonhas, na maior simplidade, sem a noção nenhuma da falta de desrespeito; gente perdida no espaço e no tempo, num acudindo um nada, sem dizer um a de coisa com coisa, quando a gente instiga, perdida a claridade do juizo, nenhum ninguem ciente dum nada, esgotado o entendimento do juizo da cabeça

Loucos em demasia


Tinha louco pra mais de metro, uma leva deles, as mais impossiveis variedades imaginadas, desde esclerosados simples, gente vivendo num passado distante; gente esquecida dos fatos do dia a dia; manicados alguns alguens com materia de religião;

A empreitada difice


A empreitada sendo assunto pra gente instruida, que dessa vez era louco pra mil réis, o grande espaço de tempo entre uma entrega e outra, deixou a cidade em polvorosa e cheia de gente fraca do juizo da cabeça. Qualquer um, não servia pra dar cabo de tão dificil tarefa. Tinha de ser gente de escrita correta, cartorista ou escrivão do crime, algum meirinho ou autoridade do forum.

destino a manicômios


Mas aquela era uma empreitada diferente, dados que as viagens usuais praquele mister, uma vez ficadas por demais espaçada, deu se que veio de formar contigente volumoso de airados, com destino a manicômios, razão porque chamava muita atenção do povo do lugarejo, tirante que uma aglomeração de loucos é um fato que desperta muita curiosidade, dado os desatinos todos daquela gente, constando ainda que vinha de ser uma expedição sobejamente custosa de dar com esse povo em casa de loucos.

Colondria de loucos


Era o causo que eles tinha de levar em comitiva dementes, uma colondria de loucos pros hospicios, pra cidade grande de Campinas. Mas como reza o ditado que "de médico e louco, todo mundo tem um pouco", não seria uma viagem inusitada, a novidade nenhuma nada que isse gente até sã da cabeça, uns mais, outros menos varridos da idéia, pra nenhum ninguem botar reparo.

Falando de loucos.


Falando de loucos. —Ché! disparate de cantorias. —Cantavam seus ais chorosos, duetados de finos ais, estridentes de lamuriações. Choramingas. Mal de amores, o povo sonhando fundo a emoção, os braços alevantados como em orações de Padre-Nossos. Ladainhas de vias Sacras.

Existir é ser livre


O Homem, primeiro ele se descobre e traça um jeito de ser e prosear, existe, surge no mundo e no mando. e só depois se define. O Homem é, não apenas como se concebe, mas como quer que seje, depois da existencia. Existir no caso é ser livre, mas ao mesmo tempo ser obrigado a fazer escolhas.

Descrição do tipo


Boca grande, cara quadrada, mas prognata. O sorriso de cachorro louco, mostra uma crueldade de dentes: de ouro cuneiformes, só presas, um desperdicio. Nem se quizesse poderia parecer mais feio, fazendo caretas. ao natural, uma marmota, bugiu: o caipora. Quando fala, se fala uns grunhidos, a vós saindo apertada, gutural saida de um buraco cavernoso.Quando ri, se ri, uma crueldade de dentes.Cabelo ruim de negroaço, o nariz aberto,

Tipinho, o mentecapto.


O godofredo quem matou foi o Tiãozinho boca de bagre, um tipinho sem origem: gentalha. Quem matou o Jefe foi o Fernandi, do tião siqueira, o mentecapto. mais isso foi faz muito tempo, depois de feita muita arruaça e malvadeza. Eles era gente dos Beijo, duns tais de tumaizinhos, danados de velhacos, breganhistas de animais, como ciganos, viviam no Cachapava, tudo de lá, descendentes de Pinducas. Vivia de déu em déu, ao Deus dará, sempre em apoio de cavalhadas, em colondria de vadiagem enquanto que caçavam jeito dalgum sururu, procurando encrenca, uns tiradores de ponta, mal-encarados, doidos por principiar uma malquerença, chegados numa briga de faca.

O Godofredo , Gratistonho e jefe


O Godofredo era um grandalhão de cara de cavalo, estabanado, ruim feito cobra. A cara quadrada, equina, mesmo muar, mais mau deles tudo. O Jefe, pequeno e traiçoeiro, mas tinhoso. O melhor deles, e ainda num era grande coisa nem flor que se cheire, era o Gratistonho, que teve tosse comprida em criança, por isso que mais molenga e chorão, veio a morrer de chifrada de boi.

os 3 valentões


Eles era em treis: Godofredo, Gratistonho e Jefe, o terror da vizinhança. Por onde que andavam, o frégi estava armado. Nas festas, uns zanga-sabão, terminava com qualquer dança de baile.

As velhas nos siliões


Homens em cavalhadas de arreios reluzentes, machetados, os peitorais de argola, estribos, rabichos, baldranas pelegos e colchonilhos. As mulheres, se moças em ricas montarias completas seus cavalos educados. As velhas nos siliões, de atravessadas a meio animal. Todos de roupa de domingo. Alguns de carro de boi e charretes. os mais de perto de a pé, gente de colonia.

festas de Reis e do Divino


A família do Bié Romão tudo reunida para as festas de Reis e do Divino. Ocasião propícia pra fazer pamonha de milho temporão. As roças tudo embonecadas pra soltar pendão o capim gordura emborrachando pra soltar semente, promessa de muito namoro e casamento. Os bailes da roça. Os terços. As cavalhadas. Os preparativos para os dias de festança, a fazenda esperando a chegada dum mundão de gente.

Os treis valentões


Fatos de pavoroso suceder, se de tudo verdadeiros como o povo contam, se deram de acontecer naquele triste 15 de Maio de 1932. Contados assim nesses claros de dia mais comum, uns vão desconjurar, nenhum ninguem vai poder de imagimar o triste que foi igual. Não eram dias próprios de tristeza nem azarados, senão que dias de festa e comemoração da padroeira.

A falta de sem-gracesa


Ficou solene e saudoso. Pôs tudo fora em negocios desastrados, lentos e lerdos, os esquecimentos bestas. Por fim perdeu a graça e a compostura: despontou.

amores novos e improvaveis


Sonhava com amores novos e improvaveis. Impossiveis naquela fase da existencia. Podia se dizer que estava velho de tudo. Abandonou prazeres, vivia sob regimes e dietas: uma eterna renuncia. Uma profunda intimidade com remedios: receitava. Os chás, as garrafadas pra reanimo do moral viril.

Manicado em excesso


Aprumadinho, um regente de orquestra filarmônica. Um senhorzinho de mais de meia idade um sexagenario um pouco opinioso, deu pra manicar com as horas, exibindo o relógio sem precisão, e com o tempo físico. Falava dos novos incômodos: sua propriedade permanente. Sentia ainda vibrações.

relogio Roskoff Patent


O terninho de brim, corretíssimo. um libré de culote, com relogio Roskoff Patent o palitozinho justo e de botas: um bonequinho de relógio de caixinha

Macacoas e ovas


Uma cirurgia de calculos biliares, os seus divertículos e os incômodos da idade avançada. Macacoas e ovas. As veias entupidas produzia um claudicante, medidos os seus pequenos passos, vacilante meio marcando ocompasso, a cabeça erguida, numa postura automática de cuco de relógio, forçada em aparentar um equilibrio inexistente, pontual e rigido em excesso.

a gota serena


Outrora encontradiço, agora levando um sumiço grande, rotundo e sorumbático soturno e distante, pontifucava nas esquinas e c tolerância, nas portas de venda e nas farmácias, num discurso agressivo. Depois das quantas, fatalista. esperançava. principiou-lhe a lhe cair os dentes, um certo ameaço de reumatismo, artrite e lumbago, os esporões, a gota serena.

fregi e cavalhada


Descrição de tipo: Um certo senhor aprumadinho, meio prosaico de antigo, mas de avançada idade, como se diz meio entrado em anos, nos seus muitos janeiros àscostas. Andava de deu em deu, ao Deus dará, caçando encrenca, em apoio de fregi e cavalhada: um tirador de ponta.

Os loucos:


Eles não acode quando a gente chama, nem dão ciência dum a, perdida a claridade do juízo. idéias dissolvidas. Não tem nenhum ciente, esgotado o entendimento do juízo da cabeça.

"Em desde que eu me entendo por gente: a vida é impossível sobre este planeta, sendo um acidente, salvo melhor juízo. Neste ponto há controvérsias, as opiniões divergem."

Dr Ortiz tirado


Descrição de tipo: Um certo senhor promontorio, constava que de ocupação de meirinho ou estafeta dos correios, como o Dolermiro. Tinha o Marcelo Indio do Brasil da fase ufanista do positivismo. O Guateri, Guarani, o dr Ortiz Tirado. Radamés, o Hegisto. Um placidonio, o Anacleto e o Talma. Frases: Aquela impossível creatura.

"O Incrível, fantástico e extraordinario"


Valentões: Arcidalio Esmerindo e Zé Pintinho Louco: Alziro, Zé Louquinho e Lasquita Reclames: Grindelia de Oliveira Júnior O run creosotado Glostora e lavanda. Almirante: a maior patente do radio brasileiro do "O Incrível, fantástico e extraordinario" Escritores: Aspicuelta Navarro, Vercingetorix, Hercules Florence e a caneta fulgurante de Antenor Pimenta

Amores clandestinos


Acabou-se o que era doce: a única certeza incontestável. Amores clandestinos: histórias safadas Herói amante poeta: Pedro Saturnino de Magalhães Meninos de recado: Bastião Salgado e Zé Roxinho Noticiador de enterros e festas: Jorge Braite Meirinho e estafeta: Dolermiro e Antonio Aguida Rei Momo e recadeiros: Caju e tio Alceu Bêbados inveterados: Zé Cabo Verde e Ricardo Eletricistas e consertadores de rádio: Quincas e Jesse

A hora do homem


Dele ainda não. “A hora do homem e uma só, num dianta afadigar um nada não”. “A morte e uma velha careca que passa de vez em quando, vestida de um branco. Fica atraia da moita esperando a hora do cristão chegar”. Quando chega, babau! Num tem choro nem vela: pode encomendar a alma e acender as quatro velas. O Cristão veste a indumentária de madeira e vai pra horizontal definitiva.

sábado, 3 de novembro de 2018

Da morte.


O sino tangendo lúgubre: a morte rondando a corruptela. Gente que nunca morreu esta morrendo. Será o Leopoldino?...-que nada, esse está forte e sacudido nos seus noventa janeiros. O Muniz velho de guerra? Será?... -não esse beirando os cem, mas não chegou a hora.

docemente de repente, seguia harmonia previa benfazeja


ESTREPULIAS


- Não! Sou eu que bebo primeiro! Vocês param de brigarem, senão..., falou a mãe que ia abaixando, quando a vasilha entornou e a bilha d’agua espatifou no chão duro: quebraram todos os ovos. Um lavarinto de criança na cabeça. Uma latomia.

Que pena que o Chico não teje


—Que pena que o Chico não teje em casa, compadre, mas apeie que num demora ele chega, deve de estar por perto caçando um garrote alongado pelas vargens, provável que atolado uma hora dessas: Vamos entrando que o café ainda está quente

falta de semgracesa


Num demora a comadre aparece na masca dando pelo quadro do compadre puxando a égua pelo cabresto, ele na maior falta de semgracesa saudava respeitoso, a mão no chapéu, os olhos no chão.

COM QUE CARA ....EU VOU


—E se o compadre num não tivesse em casa, com que cara ele havia de dizer para a comadre da finalidade da visita? a égua mostrando claramente os sinais do vicio, bandeira do rabo alto nas costas. Ele muito respeitador ia ficar com a maior vergonha da comadre.

O PRESSENTIMENTO DA AUSÊNCIA DO COMPADRE


Na cancela foi que teve um pressentimento que quase fez ele virar nos cascos: —E se o compadre num não tivesse em casa, com que cara ele havia de dizer para a comadre da finalidade da visita? a égua mostrando claramente os sinais do vicio, bandeira do rabo alto nas costas. Ele muito respeitador ia ficar com a maior vergonha da comadre.

UM CAUSO CONSTRANGEDOR


A égua é sua, o senhor que sabe! Não demora uma semana e o Chedasvinto está de volta na casa do compadre Chico Berto, dessa vez evinha mais cedo mais em apoio do serviço de por a égua dele para cobertura do jumento do Chico Berto. Esse era o oficio mesmo do Chico, seu meio de vida, visto que tinha um jumento pachola, vindo lá das banda de Passatempo, um legítimo Pêga, produtor de bestas da melhor qualidade, o povo pondo muito cabedal no animal do Chico Berto.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

A égua é sua, o senhor que sabe!


A égua é sua, o senhor que sabe! UM CAUSO CONSTRANGEDOR Não demora uma semana e o Chedasvinto está de volta na casa do compadre Chico Berto, dessa vez evinha mais cedo mais em apoio do serviço de por a égua dele para cobertura do jumento do Chico Berto. Esse era o oficio mesmo do Chico, seu meio de vida, visto que tinha um jumento pachola, vindo lá das banda de Passatempo, um legítimo Pêga, produtor de bestas da melhor qualidade, o povo pondo muito cabedal no animal do Chico Berto. Na cancela foi que teve um pressentimento que quase fez ele virar nos cascos: —E se o compadre num não tivesse em casa, com que cara ele havia de dizer para a comadre da finalidade da visita? a égua mostrando claramente os sinais do vicio, bandeira do rabo alto nas costas. Ele muito respeitador ia ficar com a maior vergonha da comadre. Num demora a comadre aparece na masca dando pelo quadro do compadre puxando a égua pelo cabresto, ele na maior falta de semgracesa saudava respeitoso, a mão no chapéu, os olhos no chão. —Que pena que o Chico não teje em casa, compadre, mas apeie que num demora ele chega, deve de estar por perto caçando um garrote alongado pelas vargens, provável que atolado uma hora dessas: Vamos entrando que o café ainda está quente

FAZENDA FORTALEZA


Ali, aonde que em chegando, o mataburro de pedra com as quatro madres de pereira, as palmeiras em fila indiana tal que soldados em ordem unida, semelhava que pessoas rezando, em procissÆo de povo, carregando andores em rumo de igrejas, interminaveis. A entrada em chegando la se deparava com as estatuas de pedra rodiando em concavo, fazendo comodo pra entrada da alameda de palmeiras imperiais, antiquissimas, coisa de gente de cidade: gosto e rique foque do coronel Alvaristo da Costa Vieira que iam dar na fazenda majestosa fortaleza do Porto. NO FRONTISPICIO da entrada os dizeres: fazenda do Porto. ÙTou ficando velho, tou ficando fraco: tou encolhendo as pernas, tou espichandoo saco. -Pois ali, aonde que uma volta de rio, um remanso, as folhas em circulos, revirando que nem redemunho pro centro dum sumidouro, j ‚ terras da gente, regularzinho.

ENTERRADO VIVO, Tributo ao poetinha.


. -Quem vai lembrar-se da dívida não paga e sentenciar: foi um velhaco. -Qual que vai mandar comunicado com referência ultra elogiosa: ao ilustre poeta e escritor!... -Quem, disfarçadamente, vai ajeitar um colarinho, aparelhar botões fora de esquadro, laços distorcidos em desalinho? -Quem vai proferir com voz embargada o discurso final, arremessar a primeira pá de cal, encerrando a cerimônia, pondo um ponto final? -Quem, ante perplexidade, vai ter de ser de mim arrancada para evitar maiores dissabores? -Quem de mim terá lembranças complacentes, dirá coisas doces ou rir de minhas tolices em vida, de minhas gafes? -Quem vai rir por gentileza ao relembrar uma de minhas piadas chatas, repetida em vida, até a exaustão, dos tempos de esclerosado? -Quem vai se lembrar com respeito indevido, perante reunião de amigos, dizendo: -O Doutor falava assim, ele disse assado. – Quem vai tirar a dor e a dúvida antes que enlouqueça. Esquenta não! Dúvida besta essa, isso passa. Antes que nada aconteça: cessa antes que a noite desça. – Qual vulto estranho – que ao transpor o muro – chorará no escuro uma lágrima furtiva? – Quem de mim dirá palavras doces: – foi um homem bom, deus o tenha? – Quem – a boca pequena – murmurará sacana: – foi um velhaco, já foi tarde. – Quem se lembrará de seus versos podres, plagiados de outros? – Qual – com mão de amigo – ficará comigo no instante trágico. – Quem de mim terá de ser arrancada aos prantos por inoportunos? – Qual se incumbirá de tarefas triviais, dos papéis e coisas tais? – Qual aquele que lerá em diagonal a inscrição banal: “Eu fui o que tu és, tu serás o que eu sou”. – Quem dirá que foi um louco que pensava entender um pouco dessa vida louca. Da vida, ora a vida! Não espero nada: são só umas poucas alegriazinhas (Rosa, Guimarães), o resto, puta merda: é só dor e sofrimento. – Quem, mirando o céu pressentindo abutres circulantes, exclamará incrédulo: “Dios, que es la vida?”(Quino). Uma vida alimentando outras vidas. Só isso? Uma transformação constante de vida em morte e morte em vida? Não é o bastante? A eternidade – mesmo se existisse – A ciência, num acesso de loucura, teríamos inventado a morte (Guilherme de Almeida).

TRATADO DE PEQUENA POLÍTICA.


-Sobre a aparência das coisas. Se você‚ um iniciante dessa nobre arte da política deve primeiro pensar um pouco, que a coisa não ‚ nada fácil. Vocêˆ vˆ um desses políticos da velha guarda e fica logo imaginando que ‚ uma boa carreira a seguir, mas tem l os seus percalços. Como dizem os conselheiros de pequena política: "Vocêˆ vˆ as pingas que eu bebo, mas não vˆ os tombos que levo." O que segue são conselhos, tirados da experiência.Muito mais um "Vademecum" dos procedimentos e posturas de um candidato a político, do que um tratado completo sobre o assunto política, como um livro teórico de verdadeira política, mas são regras básicas e tiradas dos mestres mineiros e nortistas dessa verdadeira arte de enganar o povo e ainda por cima fazer parecer que está ajudando. Siga os conselhos e tenha a certeza de que no fim acabar ajudando a si mesmo e a seus parentes, bem como a esta gente simples, na aparência, que parece acreditar em tudo que dizem, mas que no fundo são mais velhacos do que você pensa: eles tambem estão tentando melhorar a vidinha deles e esperando ganhar alguma coisa que no fundo são apenas migalhas. V em frente e boa sorte.

CAF COM BRIOCHES: uma hist¢ria …s avessas.


CAF COM BRIOCHES: uma hist¢ria …s avessas. Ù"Se eles nÆo tˆm pÆo, que comam brioches..." (Maria Antonieta) Um intelectual, desses que se auto-intitulam progressistas, viaja … Par¡s para ver a apresenta‡Æo do excelente "Grupo Corpo", de Minas, no Teatro municipal de l . Pede um cafezinho no "Petit CafŠ avec brioches", enquanto espera pela hora do espet culo. Paga 4 dolares. Uma viagem … Europa esta custando os olhos da cara como todo intelectual progressista deve saber. Comecemos fazendo contas …s avessas como promete a hist¢ria: dos 4 dolares, de cara sÆo descontados 60 centavos de gorgeta, que gar‡on francˆs nÆo est para brincadeiras. Restam 3 dolares e quarenta como pre‡o a menor da gorgeta. Suponhamos que o francˆs do Petit sirva apenas caf‚ e brioches: metade da receita vem do caf‚ e metade do brioche, assim como as despesas sÆo repartidas meio a meio. Suponhamos outrossim, que o Francˆs venda 300 caf‚s por dia, "faturando" a m¢dica importancia de 1.200 dolares ao dia s¢ com caf‚.

era uma crueldade de dentes.


Mas, o Polico era potroso mesmo, leva o povo a pensarem que que sesse homem macho de verdade, em respeito ao volume. Ele era homem baixo gordo e rendido. Caminhava com dificuldade , pelo inc^modo do rendimento, o passo arrastado, causo do saco uma enormidade, rescindiva de cachumba recolhida, pode que desceu pros bagos, ele era potroso.Durou pouco o reinado do Polico. O Justino era o tipo do valentão caranca: quando ria, se ria...era uma crueldade de dentes. Trecho do cordel mineiro: Histórias Safadas, por Vitor Hugo Romão, poeta e decifrador.

enfia a viola no saco e some!


__ah! É assim é? Possa ser q seje. Tem outra coisa: como q andam dizendo q vc anda desrespeitando minha amásia, rbejando ela na minha ausência. Isso num ta certo! Me digue logo duma vez. __Ara seu maximiniano, invencionice dessa gente alcoviteira q num tem o que fazer. Pois quer saber? Eu até q sou meio chibungo. Sou viado de tudo. Pois num é q , pelo fato esse até me puzeram o apelido de Póla Curiango, num sabe não? Num dá confiança pra essa prosa de rua não seu manoel maximiniano Justino, q num paga a pena,num vale a canseira de vossa excelência, me disculpe. __A pois então enfia a viola no saco e some! E vamos parar de prosear! E não me chame disso você falou que num gosto. Sabe lá se isso é nome feio, coisa de gente fresca? Tambem não sou teu íntimo, a ponto de dar essas liberdade, tamos conversado? Aceito os michimentos . Num torna noutra que senão vai se aver comigo, some das minhas vistas, desaparece!

POLICO PEDE MICHIMENTO


__Ara, seu Justino, invencionice do povo pra me indispor com a sua excelência. Reverenciou o Polico ainda encolhido num canto. __Cumo é que é? Tem ou tem, desembucha logo. Deixa de ser subalterno, sô. Mostra logo a macheza que vive alardeando. ...Se tem, mostra logo, deixa de mamparra. __Baguico atoa, seu Manoel Justino, coisica de nada, mais parece uma íngua. Num passa de ser uma mula, coisa de doença venérica mal curada, consquência dum cancro duro. Agora sua excelência sim é q tem treis bagos, pra fazer justiça às sua grandezas machas.Merece de ter. Se sua excelente pessoa diz q tem é pq tem , gemeu o Polico cheio de dedos, a voz afinada de propósito, se pondo muito inferior.

A VOLTA DO JUSTINO


– Que jeito esse Polico? Me admira muito o que o povo andam dizendo! Diz que nesse tempo que passei nas Neves você que virou num valentão? Escutei umas prosa, que você anda cantando de galo pras vendas, rastando mala: que num tem homem procê nessa terra; que é muito macho e coisa e tal... me digue se é verdade que você tem treis bago como que anda dizendo...Me admira muito falar desse jeito, pq se é verdade, me mostra, pq somos dois: eu sim é que tenho treis tentos. Por isso q sou macho maxixo maduro e doce, está sabendo.E tem mais: tenho treis e dos grandes, num é pra me gabar nada não. – Ara, seu Justino, invencionice do povo pra me indispor com a sua excelência. Reverenciou o Polico ainda encolhido num canto. –

doce de letria


A frente os cavalos em passo picado e cavaleiros nos seus trajes de culote e polainas, os rebenques peitorais de argola e rabichos, os rabos de tatu, giboias de iapas estalando pra tanger os animais, esporas reluzentes prateadas, estribos ciliäes pras senhoras e montarias das damas solteiras.Pelegos e colchonilhos e as baldranas. Por derradeiro as mulinhas marchadeiras os cavalos de montaria de senhora, por fim a tropa de burros de carga e animais de lida, a frente a madrinha da tropa de cicerro dando o tom de festa da comitiva, burros mandriäes e piquiras, eguas de potro, cavalos espojando na poeira. A hora, era tarde. Aquele ia ser dia dos bons, at‚ de faltar da escola. Num carecia de apartar vacas e nem a amola‡Æo de cascar milho e tratar dos porcos. Comida das boas: ia ter doce de letria. Foi de fio a pavio: tudo pronto para a partida.