domingo, 28 de outubro de 2018

“A caneta fulgurante de Antenor Pimenta”


“A caneta fulgurante de Antenor Pimenta”. Aspicuelta Navarro. Uma chorumela: latomia só, parecendo ladainha de reza. Conversa de le: le com le, cre com cre, um sapato em cada pé. Hoje você está muito aventureira: faz carapuca e faz enxoval, mas e se o menino vier sem cabeça? Tudo são castelos de papas. A mulher que evinha com a rodia na cabeça, uma dúzia de ovos se tanto e fazia planos: vou por pra chocar, se vingar todos, são doze frangas, que porão depois de grandes, só numa semana são oitenta e quatro ovos: um despropósito. Esses vira frangas depois de chocadas de novo. Já imaginou o despotismo de criação? Vendo os frangos e compro novilhas que viram vacas e dão cria de novas bezerras. - O Gaspalzinho vai beber leite bebido! - Não! Sou eu que bebo primeiro!

Num paga a pena desperdiçar vela com defunto ruim.


Quem tem dó de angu, não cria cachorro. Num paga a pena desperdiçar vela com defunto ruim. O homem troca a vida pela luta, longos anos de trabalho. Cresce em força e ilusões trilhando por um caminho de sonhos e de pedra. Depois de velho sossega e enfurna. Fica sistemático, antigo e opinioso: sorumbático. Acaba numa existência de esperança silenciosa e conformada. Pois o homem fica velho, mas é por amor de suas próprias opiniões dele. Mas, apaixonado de num ver suas regras acatadas, mais velho fica, não significa mais nada: um zero a esquerda. Vira um incômodo pra família, jogado num canto esquecido, um traste velho sem serventia pra nada. O homem velho, se ele fala: o povo não escuta, eles acha o assunto desbotado. Então ele acha melhor se calar. E se encolhe: vira carta fora do baralho. O homem se apaixona, se afasta prum canto triste. Fica velho e repetitivo. Autoritário, pelo amor de suas próprias opiniões dele. E quem vai dar acordo em conversa de velho? Ai é que emburra. A vida dum velho é só dor e sofrimento. Todos candidatos a sofrer .

Os dizeres do João da canela grossa.


O homem passa a vida fazendo besteira: coisa a toa! Acaba numa existência silenciosa, conformada. Peleja e luta, enfrenta os perigos e desafia a morte, pra depois, o tempo vencendo, virar num só traste velho, sem serventia pra nada. No fim, se lerdear, é só terra na cabeça do bicho.

O Alziro, muito ladino, acabou não sendo internado.


Já foi contada ml vezes em outros livros, mas num custa repetir, causo que engraçada: O Alziro, muito ladino, acabou não sendo internado. No seu lugar dele, ficou o Totó, contido aos berros, pelos enfermeiros, com ajuda da camisa de força e levado trancafiado. Acontece que, muito familiarizado com hospícios e os seus trâmites, o Alziro usou do expediente de se adiantar e comunicar segregado aos enfermeiros que vinham em bandos, com camisa de força.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Da morte. sobre a morte:


Da morte. O sino tangendo lúgubre: a morte rondando a corruptela. Gente que nunca morreu esta morrendo. Será o Leopoldino?...-que nada, esse está forte e sacudido nos seus noventa janeiros. O Muniz velho de guerra? Será?... -não esse beirando os cem, mas não chegou a hora.

Uma latomia.


- O Gaspalzinho vai beber leite bebido! - Não! Sou eu que bebo primeiro! Vocês param de brigarem, senão..., falou a mãe que ia abaixando, quando a vasilha entornou e a bilha d’agua espatifou no chão duro: quebraram todos os ovos. Um lavarinto de criança na cabeça. Uma latomia. E as coisa evinha docemente de repente, segui harmonia previa benfazeja, com evoluções concordante satisfações em antes da consciência das necessidades. O que mingua pra uns, pra mim me sobeja.

Aspicuelta Navarro.


“A caneta fulgurante de Antenor Pimenta”. Aspicuelta Navarro. Uma chorumela: latomia só, parecendo ladainha de reza. Conversa de le: le com le, cre com cre, um sapato em cada pé. Hoje você está muito aventureira: faz carapuca e faz enxoval, mas e se o menino vier sem cabeça? Tudo são castelos de papas. A mulher que evinha com a rodia na cabeça, uma dúzia de ovos se tanto e fazia planos: vou por pra chocar, se vingar todos, são doze frangas, que porão depois de grandes, só numa semana são oitenta e quatro ovos: um despropósito. Esses vira frangas depois de chocadas de novo. Já imaginou o despotismo de criação? Vendo os frangos e compro novilhas que viram vacas e dão cria de novas bezerras.

Os dizeres do João da canela grossa.


O homem passa a vida fazendo besteira: coisa a toa! Acaba numa existência silenciosa, conformada. Peleja e luta, enfrenta os perigos e desafia a morte, pra depois, o tempo vencendo, virar num só traste velho, sem serventia pra nada. No fim, se lerdear, é só terra na cabeça do bicho.

o velho


Já foi contada ml vezes em outros livros, mas num custa repetir, causo que engraçada: O Alziro, muito ladino, acabou não sendo internado. No seu lugar dele, ficou o Totó, contido aos berros, pelos enfermeiros, com ajuda da camisa de força e levado trancafiado. Acontece que, muito familiarizado com hospícios e os seus trâmites, o Alziro usou do expediente de se adiantar e comunicar segregado aos enfermeiros que vinham em bandos, com camisa de força.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

PERSPETIVAS DE CARROS ELÉTRICOS


PERSPETIVAS DE CARROS ELÉTRICOS Conquanto o carro elétrico (ou a hidrogênio) pareça um meio de transporte racional -- econômica e ecologicamente falando – seu uso não acontece por um motivo simples: não é, tipicamente, um meio de transporte senão um objeto de luxo e ostentação para distinguir categorias de pessoas. Não é, definitivamente, o ideal de autonomia imaginado pelo usuário que deseja dar segurança à família ou então aparecer como forma de status social. Automóveis são construídos “as carradas” (desculpe o trocadilho) para permanecerem a maior parte do tempo parados no trânsito, nos estacionamentos ou em garagens por absoluta falta de usuários ou mesmo por impossibilidade física de uso simultâneo como acontece nos países industrializados (2 carros por habitante). O culto do automóvel agora que está atingindo a classes de baixa renda dos países em desenvolvimento que desejam participar tambem do sonho americano de consumo. Não chega a ser um meio eficaz de transporte visto que na maioria das vezes está parado ou transportando uma só pessoa.

TRANSPOTE É O 2º MAIOR CONSUMO


O segundo maior componente do consumo dos países industrializados é o transporte (34%), incluído o transporte individual. Como meio de transporte, entretanto, o automóvel é um modo caro e ineficiente: a maior parte do custo se refere aos opcionais de conforto e apenas parte energia consumida se transforma em energia útil, o restante é perdida em refrigeração e lubrificação do motor e dispositivos de conforto. É claro que o progressivo encarecimento das novas prospecções de petróleo em mar profundo e o maior custo das hidroelétricas das regiões de planície vai tornar competitiva a energia de outras fontes alternativas, liberando energia para fim de aquecimento e encorajando as pesquisas. Já são possíveis tecnologias que permitam o aproveitamento total da cana bem como a produção de combustível a partir da biomassa de floresta cultivada, cuja produtividade aumentou expressivamente com emprego da biotecnologia. Os países industrializados podem economizar energia de aquecimento, pois têm condições de adotar tecnologias mais eficientes. Afinal, detendo 70 por cento da energia gasta no mundo todo, tem mais onde cortar. Tambem dispõem de capital para bancar nucleares mais caras, no caso mais extremo. Por mais que economizem energia no uso final, entretanto, ainda continuam grandes consumidores: consomem mais energia de aquecimento que os países em desenvolvimento consomem em alimentação Ao contrário, os países em desenvolvimento, vão ter de produzir os seus próprios combustíveis e, sobretudo, os alimentos (grãos) para alguns países industrializados e emergentes. Em países tropicais o custo do aquecedor solar é cerca de um terço do equivalente ao suprimento por novas hidroelétricas e deveria ser subsidiado, tal como vem acontecendo no programa “energia para todos” e “irrigação noturna” que não requerem nenhum suprimento extra pela sua característica inerente

A queima direta do combustível é a forma natural


Petróleo e carvão são responsáveis por 92% da energia consumida nos países industrializados — os maiores consumidores — depois de terem esgotado todos os potenciais hidroelétricos. Países em desenvolvimento queimam petróleo e biomassa na produção e transporte de alimentos (30%). São os únicos a ter potenciais ainda inexplorados de hidroeletricidade, conquanto na quantidade reduzida de 700. 000 Mw. A queima direta do combustível é a forma natural e eficaz de produzir energia, especialmente para o fim precípuo de produzir aquecimento de residências, maior componente do consumo dos países industrializados de clima frio (58%). A queima direta do combustível não requer investimento e toda energia química contida no combustível é transformada quase integralmente, de acordo com o segundo princípio da termodinâmica. Nada impede, entretanto, que sejam utilizadas outras fontes de maior custo, como termonucleares para produzir aquecimento. Em outras aplicações, como o acionamento de máquinas e veículos a queima de combustível é ineficiente porque a maior parte da energia é perdida sob forma de calor e o rendimento da transformação, em termos de energia mecânica, é muito baixo.

O que importa reconhecer


O que importa reconhecer é que – independente da ideologia do governo de plantão – Os três programas alcançaram êxito bastante satisfatório até os dias de hoje: • O Sistema elétrico completou o ciclo de aproveitamento de todos os potenciais da Região Sudeste, com a colocação das duas últimas turbinas de Itaipu. • O programa do álcool atingiu a máxima substituição de gasolina com a fabricação dos carros “Flex.”, totalmente a álcool ou gasolina aditivada. • A Petrobras se firmou como empresa multinacional de eficiência reconhecida no mundo inteiro. Hoje cerca de 70% do capital estão em mãos de trabalhadores através do FGTS, investidores nacionais e estrangeiros, cujas ações, cotadas na bolsa de Nova York, valorizaram substancialmente. Hoje temos petróleo do “Pré-sal”: — Não é surpreendente? É o caso de questionar: • Porque não deixar as coisas seguirem seu curso natural ao invés de pegar de surpresa um congresso em crise de legitimação? • Qual a razão do açodamento no prazo 90 dias de um projeto que durou quase dois anos para ficar pronto, sem a nenhuma segurança acerca dos riscos inerentes a um processo inteiramente novo. • Que seja a Petrobrás a maior beneficiária na exploração, não temos dúvida alguma, mas daí retroceder ao velho e surrado nacionalismo dos anos 50 vai uma diferença muito grande: até parece aquele doido Bolivariano ameaçando. • Como impedir que outros sócios que acreditaram no sucesso da Petrobrás mantenham a participação original e que talvez não concordem com os propósitos e fins da companhia outra vez nacionalizada? • Como bons capitalistas alguns talvez aceitem de bom grado o “guarda chuva protetor” que governo oferece, outros nem tanto: afinal são sócios estrangeiros que podem não querer se comprometer com os propósitos nacionalistas de governos latino-americanos como aqueles que nacionalizaram empresas brasileiras como a própria Petrobras. Afinal já fizemos isso antes quando nacionalizamos as empresas canadenses do setor elétrico, se lembram? • Como fica a situação de todos os trabalhadores, cujos fundos de garantia não rendem nada, ou menos que nada? Permanecerão com suas aplicações desvalorizando eternamente? E outros sócios que não têm meios de completar sua cota, terão dividendos diluídos?

PEQUENO HISTÓRICO: SISTEMA ELETRICO, PETROBRAS E ETANOL


PEQUENO HISTÓRICO: SISTEMA ELETRICO, PETROBRAS E ETANOL Desde a criação da Petrobras nos idos de 50 – sob forte apelo nacionalista da campanha do “petróleo é nosso” – jamais imaginaríamos que o Brasil tivesse petróleo. No curto período de pouco mais de vinte anos implantamos – em cooperação com países industrializados – uma indústria automobilística exitosa sem ter petróleo, até sermos surpreendidos pelo primeiro choque em 1973, quando o preço do barril atingiu a marca de hoje: aproximadamente 70 dólares, que corresponde ao dobro do valor atual se considerar a desvalorização do dólar no período (2% em 35 anos ou 3% em 24). No mesmo período o país foi muito bem sucedido na implantação de um sistema elétrico quase perfeito, não fora a enorme dívida acumulada que levou a uma condição insustentável de comprometer mais de 50% das exportações, pela política dos juros altos imposta pelo governo Reagan. Não bastasse esse fato o país investiu pesado no programa do álcool, cujo acerto ficou definitivamente comprovado no final da década de 70. O país crescia a taxas surpreendentes de quase 14%, superando os “Tigres Asiáticos. Em seguida o Brasil entrou em uma fase de estagnação econômica com taxas de crescimento medíocre. Vieram os sucessivos planos heterodoxos que todos conhecem cujos detalhes não importa relatar aqui, nem seus autores. Somente após 94 o país conseguiu se firmar, depois de um processo de privatização de empresas do setor público que culminou com a extinção do monopólio e abertura do capital da Petrobras ao público, com ações em bolsa de valores, inclusive com participação de capital estrangeiro.

“Doença holandesa”


A tal “Doença holandesa” de que tanto falam atualmente já aconteceu muitas vezes na história do Brasil colonial — como expressa o recente discurso do senador Cristovam Buarque sobre os inúmeros ciclos da “borracha”, “cana de açúcar”, “mineração”, “café” — cujos benefícios reverteram apenas ao propósito de construção de edifícios suntuosos: teatro, igrejas, palacetes e edifícios, como expressão do poder dos senhores de engenho, barões da borracha e do café. A atual crise da economia globalizada guarda certa semelhança com a “maldição do petróleo” e pode ser atribuída à “febre consumista da era da modernidade”.

O NACIONALISMO DE VOLTA


O NACIONALISMO DE VOLTA As novas descobertas do Pré-sal vêm dando margem para o ressurgimento do velho nacionalismo que alimentou o imaginário do povo brasileiro na década de 50. Hoje vistas como “redenção da pobreza” vão servir muito mais como bandeira política, do que realmente geração de riqueza, diante da montanha de capital necessário à exploração. “Coincidência ou não, no mesmo dia do lançamento do pré-sal, começava em Londres o, digamos, pós-sal – campanha chamada 10:10, porque visa reduzir em 10% a emissão de gases -- cujo último fim fatalmente será o de um mundo com muito menos consumo de petróleo e derivados, sabidamente os principais vilões nessa história, seguidos pelo desmatamento” (Clovis Rossi, folha do dia 2/9/2009). Não é para criticar o pré-sal, ao contrário: mesmo que o petróleo tenha uma sobrevida de algumas décadas, o Brasil é um dos raros países, senão o único, com a imperdível oportunidade de usar os recursos (grana) provenientes de um combustível ‘sujo’, para desenvolver e/ou consolidar as alternativas ‘limpas’ que possui (álcool e potenciais hidroelétricos). “Ou então, usar o recurso combustível ‘sujo’ (em espécie) para acionamento de termoelétricas a gás que liberam energia limpa” e barata de hidroelétricas — nossa maior riqueza potencial — para acionamento de carros elétricos ou a hidrogênio? Se o preço do petróleo vai realmente subir, conforme esperam os técnicos da Petrobras, porque não esperar que isso aconteça primeiro, para depois explorar, deixando o petróleo bem guardado debaixo da terra e do mar? O quê, definitivamente, não é fácil de ser roubado. A “subutilização das reservas” ao longo do tempo é o equivalente em petróleo da subutilização (low profile) das hidroelétricas da Amazônia, ou seja, produção de gás, diesel e nafta na quantidade suficiente para atendimento do mercado interno. É o que parece mais sensato nestes tempos de petróleo barato, sem as complicadas manobras de “aumento de capital da Petrobras, emissão de títulos da dívida e pagamentos em barris fictícios do futuro, tal como o “negócio da China de 10 bilhões”, que nada têm a ver com a indústria do petróleo”.

energia elétrica é o nosso fator mais favorável


Como a energia elétrica é o nosso fator mais favorável, deve ser usado para impedir tais exportações. Por exemplo: na Amazônia, para produzir eletro intensivo e no Sudeste, para acionamento de carros elétricos. O álcool tem grande potencial exportador, tanto o combustível como 40 anos de experiência tecnológica. Só nos Estados Unidos a necessidade de adição é seis vezes a produção brasileira. O Brasil tem condição de se tornar o maior fornecedor de gado confinado, ou seja, exportador do boi já alimentado com o grão de origem. Indiretamente, os responsáveis pelas más condições ambientais são os importadores de carne e minérios brutos da Amazônia, impedindo que sejam processados aqui, de maneira mais eficiente. Se bens tecnológicos podem ter produção globalizada, o mesmo não acontece com bens primários, sem comprometer o meio ambiente. Portanto, limitar a exportação de carne e minério bruto da Amazônia, não apenas é um bom negócio, como é essencial para a sua preservação.

o “óbvio ululante”.


A segunda necessidade brasileira é garantir a produção de álcool para a para acionamento de carros e termoelétricas, alem da venda do combustível e experiência de fabricação para outros países. Para que tenha terra suficiente é preciso reduzir o rebanho de bovinos, tanto na Amazônia, quanto no cerrado. A redução do rebanho é possível, com a experiência brasileira de mais de 300 anos, que pode ser acelerada com a descrição recente do genoma do gado. Com isso, o Brasil pode se transformar em exportador de tecnologia de garrotes precoces (semem, reprodutores e matrizes). A engorda extensiva de bois é o maior responsável pela degradação de pastagens que já atinge a região Amazônica. Alem do pequeno valor agregado, exportação de carne por bois criados extensivamente significa perda de patrimônio. A exportação de matéria prima é um forte concorrente pela utilização de recursos escassos ou ambientalmente incorretos. Ora, tanto o cultivo de grãos quanto cana é uma atividade mais correta e lucrativa do que as anteriores. Logo, a providência mais sensata seria limitar o rebanho, produzindo carne de bois confinados e evitar o transporte de matéria prima, exportando produtos acabados de maior valor agregado. Globalmente a exportação de matéria prima não beneficia ninguém, concorre apenas para o agravamento das condições ambientais e maior utilização de recursos escassos: minério, grãos e carne. Minério e grãos exigem combustível no transporte de mercadorias pesadas para países que vão utilizá-los de modo ineficiente. Já a carne, incentiva a criação extensiva de gado, maior vilão das queimadas e concorrente do boi confinado. Isto é o “óbvio ululante”.

O QUE HA PARA O MOMENTO


No momento, o Brasil deve concentrar pesquisas em tecnologia de aproveitamento total da cana de açúcar e da biomassa de florestas cultivadas para produção de combustível líquido, como alternativa da queima direta do bagaço em antigas termoelétricas a vapor, verdadeira “reminiscência arqueológica” do industrialismo. Estas devem ser substituídas por termoelétricas combinadas (Candiota, Piratininga, e usinas de cogeração existentes nas usinas de açúcar e álcool) e o bagaço teria aplicação mais eficiente em “calor de processo” como a indústria cerâmica e de vidro.

NO NORTE , JUSTO O CONTRÁRIO


No Norte acontece justamente o contrário e a mesma estratégia não pode ser repetida, devido tambem ao relevo: Os reservatórios são caros e ambientalmente incorretos, pela elevada relação superfície/volume. O mesmo acontece com os equipamentos, turbina e gerador devido a baixa altura. Acresce ainda o fato de que as alturas precisarão ser reduzidas para não inundar mais do que as enchentes naturais, o que agrava ainda mais o custo dos equipamentos. Tanto no Norte como no Sudeste o país pode contar com enorme quantidade de energia de origem hidroelétrica para a produção de elementos estratégicos de grande valor econômico (Alumínio, estanho, hidrogênio, lítio), o que constitui um diferencial importante em relação aos países que precisam recorrer à energia mais dispendiosa de térmicas. O Brasil é um dos últimos detentores de potenciais hidráulicos e o que mais ganhou experiência na exploração de energia hidroelétrica na segunda metade do século passado. A eletrólise é uma das formas mais freqüentes de uso da energia elétrica, que permite o seu armazenamento na forma dos produtos por ela produzidos, especialmente aquela de origem hidráulica. O Lítio, por exemplo, é o elemento essencial para fabricação de baterias leves, cuja tecnologia já é utilizada em celulares e notebooks. O hidrogênio pode ser utilizado em células de combustível. Ambos são obtidos por meio da eletrólise e servem como fontes para acionamento de veículos elétricos.

O ARMAZENAMENTO DE ENERGIA


O armazenamento de energia por meio de grandes reservatórios de acumulação foi a estratégia bem sucedida para ter “energia garantida”. Mas os reservatórios atuais vêm perdendo progressivamente a capacidade de contribuir para a autoregulação e a construção de novos encontram fortes restrições sócio-ambientais. De forma que, a mesma estratégia não pode mais ser repetida nas novas usinas. Garantir energia nos períodos secos se tornou mais fácil nos dias de hoje com termoelétricas a gás de menor custo de capital. A utilização de reserva de “energia garantida” por termoelétrica é uma solução mais ecológica e mais barata por mais incrível que possa parecer: é eficaz porque o combustível (gás ou combustível líquido) por elas utilizado já é um estoque de energia potencial, disponível a qualquer tempo, independente de condições climáticas. O sistema elétrico brasileiro foi projetado no século passado, seguindo uma estratégia de sucesso que consistia no emprego de reservatórios de regularização plurianual aliado a usinas supermotorizadas, ambos de custo excepcionalmente baixo, graças ao relevo.

“Não há um futuro previsível


“Não há um futuro previsível para o qual se possa preparar algum país para enfrentar a globalização, que é um fenômeno recente” . A tecnologia, em sua permanente criatividade, levou de roldão a estabilidade cíclica dos sistemas simbólicos (arquiteturas puramente ideológicas)” (Marshall McLuhan). Foi a estratificação do industrialismo que criou a necessidade do planejamento. O planejamento foi mais um instrumento de imobilização da vida (desestimulação da criatividade) do que fator de reequilibração permanente. Os planos tinham por objetivo evitar a invenção. Velhos conceitos, puramente ideológicos: livre mercado, estatais, liberalismo, perderam totalmente o sentido com o fim das ideologias e o fim da história. A palavra de ordem agora é “cooperação espontânea”. Como planejar um futuro, vivendo dentro das mudanças, que são verdadeiras mutações acontecendo e das quais não damos conta no tumulto das mudanças profundas? A atual crise vem demonstrando que os países não têm poder de ação relativamente às suas empresas transnacionais, cujos interesses se encontram mais fora de seus países de origem. Até países em desenvolvimento estão criando suas empresas Multiestatais (parece uma heresia): a Petrobrás, por exemplo.

O CULTO DO PLANEJAMENTO


O desenvolvimento dos países industrializados de hoje aconteceu sob condições inteiramente diversas. Os conhecimentos da época eram escassos, de forma que, considerações de eficiência não eram relevantes (o problema não continha os clássicos limites das condições de contorno). As mudanças ocorriam em ciclos estáveis que cabiam dentro do prazo de vida de uma pessoa, no decorrer de um industrialismo, que durou cerca de 300 anos. Um exemplo: as locomotivas a lenha de 1950 eram verdadeiras fábricas ambulantes, devoradoras de lenha e a vapor, de rendimento baixíssimo para acionar pistões. Hoje, com as mudanças ocorrendo a ciclos cada vez menores, qualquer trabalho que leve mais de cinco anos, será obsoleto na publicação. Parafraseando Marshall McLuhan, o papa da comunicação, poderíamos dizer:

terça-feira, 16 de outubro de 2018

mais segurança operativa


O que realmente falta para o sistema elétrico do Sudeste ter mais segurança operativa são caminhos alternativos por onde a energia fluir em quantidades menores. Enquanto prevalecerem os corredores de transporte otimizado o sistema continuará inseguro. O suprimento de energia da maior cidade do Brasil produzida pela maior hidroelétrica do mundo, transportada em tensão mais elevada do mundo acabaria desembocando no maior problema operativo do mundo. Os tempos agora são outros: a duras penas o programa do álcool conseguiu êxito comprovado tanto para acionamento de veículos como termoelétricas. A Petrobras vem se firmando como empresa de grande experiência na exploração de petróleo tanto pela auto-suficiência como pelas novas descobertas do Pré-sal. Não há uma razão objetiva para que as termoelétricas não sejam usadas agora na complementação térmica do Sistema. HUGO SIQUEIRA Avenida Oscar Ornelas 157 Cabo Verde MG fone 035-37361355

O povo "esperavamm"


O povo "esperavamm" alguma coisa de importancia, considerada o solene do momento. Um manto espesso de silencio, cobria aqueles momentos de espera. De repente, uma extemporaneidade: -Meus concidadãos:..., a hora é grave. Uma afirmação foras de hora pra um momento muito prosaico. Alteou a vós, ao principio meio afônico, entr gutural e falsete, limpou rapidamente a garganta. A vó foi se impondo, ganhou confiança, prosseguiu emocionado com com as próprias palavras, quase engasgou com a própria saliva, tal o grau de emoção pura. Adquiriu um ar arrogante de estátua, a vós virando num falsete, praquilo que prometia um discurso prolongado de cerimônia: -Aquiecí em fazer parte desta ilustre comitiva, por estrito senso do dever para com o bnosso imperador. Jamais poderia me furtar ao dever: a patria nos chama: No-la podemos olvidar nesta hora gravíssima, nem tampouco vo-la podeis decepcionar! -Ques palavras bonitas! palavras machas, duma pessoa instruida! O povo já esperando que evinha peroração da longas. -Viva o Capitão Zé Vicente e o Capitão Vaduca. Viva ios heróis da Guerra do Paraguai! Retrucava o o Sô Pedro General, estimulado pela efervecencia do momento, querendo de esquentar os animos: -O paiz espera que cada um cumpra seu dever,quem for brasileiro que me siga! -Deo Gracias! Rezou o zéLouquinho.

HA MAIS CISAS ......Apporelly


Mas o risco dos sistemas majoritariamente hidroelétricos não depende do clima apenas nos aspectos de manutenção de “energia garantida”, mas dos acidentes que o clima pode produzir como furacões, raios e tempestades. Quanto maior a quantidade de caminhos alternativos, menor o risco de concentração de grandes blocos de energia em corredores exclusivos — cuja retirada reduz a capacidade de suprir a demanda pelo restante do sistema. A destinação do grande bloco de energia de Itaipu por corredor exclusivo de linhas de (extra) alta tensão pode ter sido um dos causadores do recente apagão, que teria sido evitado pelo acionamento de térmicas bem como pela existência de outros circuitos independentes de linhas em tensão mais modestas para subestações intermediárias: Bauru, Araraquara, Marimbondo, etc.

Há mais coisas no ar do que os aviões de carreira.


Em seu trabalho premiado “Energia para o desenvolvimento” de 1980 — no pleno auge do choque do petróleo — o professor Goldemberg já alertava sobre as conseqüências do elevado endividamento externo em razão da concentração dos empreendimentos hidroelétricos em obras de grande porte. “Recursos essenciais ao desenvolvimento dos países pobres estavam sendo transferido aos países industrializados”. Foi a época do “milagre econômico” e das “obras faraônicas” como Itaipu, Tucuruí, transamazônica e tantas outras obras muito criticadas pelo excesso de ufanismo.

“BELO MONTE de merda”


Há mais coisas no ar do que os aviões de carreira. Aporelli. O clima foi o fator determinante do superdimensionamento. O suprimento de energia elétrica não pode permanecer indefinidamente na dependência de uma fonte única, a hidroeletricidade, sem o grave inconveniente do superdimensionamento e perdendo, desta forma os enormes benefícios, para o sistema como um todo, da complementação e integração com outras fontes de energia. Após 50 anos de utilização de potenciais hidroelétricos, o sistema elétrico das regiões Sudeste e Sul fecha um ciclo de bons aproveitamentos. Nestas regiões, dos potenciais -- previstos pelo levantamento de inventário realizado pela Comissão Canadense Brasileira (CANAMBRA) – a quase totalidade foi concluída ou está em fase final de instalação das últimas unidades geradoras. Os reservatórios de regulação plurianual, Furnas, Itumbiara, foram definidos ha muito tempo, de forma que, o sistema não comporta mais intervenções desta natureza (aumentos de reservatórios). Hoje, após ter esgotado a quase totalidade dos potenciais disponíveis, o sistema elétrico está maduro para uma mudança de rumo: A fase térmica.