sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Aten‡Æo do editor: Vagner D. Alves, caso queira publicar.




CAF COM BRIOCHES: uma hist¢ria …s avessas.
Ù"Se eles nÆo tˆm pÆo, que comam brioches..."
(Maria Antonieta)

Um intelectual, desses que se auto-intitulam progressistas, viaja … Par¡s para ver a apresenta‡Æo do excelente "Grupo Corpo", de Minas, no Teatro municipal de l . Pede um cafezinho no "Petit CafŠ avec brioches", enquanto espera pela hora do espet culo. Paga 4 dolares. Uma viagem … Europa esta custando os olhos da cara como todo intelectual progressista deve saber.
Comecemos fazendo contas …s avessas como promete a hist¢ria: dos 4 dolares, de cara sÆo descontados 60 centavos de gorgeta, que gar‡on francˆs nÆo est para brincadeiras. Restam 3 dolares e quarenta como pre‡o a menor da gorgeta. Suponhamos que o francˆs do Petit sirva apenas caf‚ e brioches: metade da receita vem do caf‚ e metade do brioche, assim como as despesas sÆo repartidas meio a meio. Suponhamos outrossim, que o Francˆs venda 300 caf‚s por dia, "faturando" a m¢dica importancia de 1.200 dolares ao dia s¢ com caf‚.
Como todos os queridos intelectuais estÆo suando de saber, o pre‡o de um im¢vel na Champs ellisŠe, anda pela casa dos 900.000 d¢lares (em Po‡os de Caldas vale 400.000). Logo, o aluguel, na base de 1% ao mˆs, sai por 9.000 dolares e o aluguel diario por 300 dolares, despesas inclusas. Logo, a incidencia do aluguel no pre‡o do cafe com brioches importa em 1 dolar, 50 cents para o cafezinho pr•priamente dito e 50 cents para o brioche. Descontada esta despesa, o cafŠzinho fica por 2 dolares e noventa..
At‚ aqui, nÆo estÆo incluidas as despesas do funcionamento do "Petit CafŠ avec Brioches", que podem ser relacionadas:
ÙMÆo de obra dos demais funcionarios da casa e encargos, que nÆo devem ser pequena, visto que a Fran‡a ‚ um Pa¡s quase socialista.
ÙImpostos, alvar s, energia, luz e gas, explica‡Æo idem.
Seria justo imaginar que 300 dolares diarios cobririam tranquilamente estas despesas. Logo, descontando 1 dolar por cafe com brioches, ou 50 cents como despesa incorrente no cafŠzinho restariam 2 dolares e quarenta.  de bom alvitre observar que nenhuma dessas despesas tem algo a ver com o pre‡o do insumo caf‚, ...,por enquanto.
Espero nÆo estar chateando o leitor com estas contas estapafurdias, mas vale lembrar que a Fran‡a ‚ um pa¡s de vida custosa, dado que seus habitantes tˆm elevada renda per c pita e que apenas com estas pequenas considera‡äes locais o pre‡o do caf‚ j caiu quase a metade. Espero nÆo ser mecessario continuar considerando os outros componentes de custo, porque ainda estamos na avenida Champs ElisŠe, Paris, Fran‡a. J imaginou o leitor o tamanho da "Via Crucis" que o pobre cafŠzinho vai ter de percorrer no caminho de volta Ùcom todas as perip‚cias de embarque, desembarque, guias, DARFS, CPMF, INSS, FUNRURAL, COFINS, PIS, PASEP, etc, e outras "burrocracias", especialmente no porto de Santos, o mais caro do mundoÙ at‚ chegar no Brasil, Minas, Muzambinho?ÙVamos parar por aqui!
O nosso querido amigo Todi, como todos os "intelectuais de esquerda", tem boas intensäes mas comete alguns equ¡vocos que nÆo vale a pena continuar explicando, por tedioso o assunto. A explica‡Æo mais simples, cab¡vel no caso ‚:
"Quando o Francˆs vende um caf‚ com brioches, nÆo est vendendo apenas o cafezinho nosso de cada dia. Ele vende o "servi‡o do caf‚", com todas as mordomias incluidas: no cal‡adÆo, com sombrero colorido, banquinhos especiais para conforto do viajante e todas as regalias poss¡veis, (assim como o Olavo vende a grife do leite). O fabricante das m quinas de caf‚ expresso cobram a sua parte na confec‡Æo do cafŠzinho. Os torrefadores, idem. Os distribuidores a mesma coisa. Os transportadores, os "chapas" de caminhÆo e armazens e todo um ex‚rcito de funcionarios an“nimos que o nosso intelectual se esquece de nomear devidamente: tudo gente com direitos trabalhistas garantidos, registrados em carteira e muito combativos no reinvindicar seus direitos. Ha que considerar tambem os impostos cobrados por um governo "Papai Noel", que necessita deles para dar sa£de, seguran‡a e educ‡Æo gratis para todo mundo, al‚m de garantir aposentadorias milionarias para seus funcionarios p£blicos, como acabamos de saber agora com as reformas propostas para a previdencia.
Se o Todi propäe um pre‡o de garantia de 200 dolares a saca, cabe a pergunta insolente: Ùquem vai pagar o complemento? ÙSeria justo cobrar impostos extras de nosso sobrecarregado trabalhador, que nÆo tem nada a ver com o peixe, para cobrir estas despesas adicionais incorridas? melhor deixar como est , que "n¢is se viramos". Quanto ao nosso querido deputado, achamos que o Melles j fez muito ao conseguir prorroga‡Æo de nossos d‚bitos de custeio e securitiza‡Æo Ùimpagaveis, nos dois sentidosÙ na ocasiÆo em que a combativa bancada ruralista negociou com o governo a aprova‡Æo das reformas, tudo em perfeita consonancia com a "Ora‡Æo de SÆo Francisco", que muitos se escandalizam em adimitir. "Deixa isto para l ".

VICTOR HUGO ROMÇO
Cidade do Cabo verde, Minas.

P.S- Todi, espero que nÆo me leve a mal e saiba perdoar a franqueza: gosto muito de vocˆ, nÆo obstante as divergencias. Afinal, somos amigos ha mais de cincoenta anos: desde os tempos do Ginasio SÆo Jos‚, do Frei Querubim, de tÆo saudosa mem¢ria.
nÆo est vendendo apenas o cafezinho nosso de cada dia. Ele vende o