O MEDO, PANICO, DEPRESSÃO E CRISE
Ah! como que os cavalos fazem, quando suspeitam de emboscadas. O vazio do medo, mensagem sutil, o branco do medo irrazoavel. Ventas abertas, assoprando, rinchando dum rir sem graça: meio medo, meio coragem. Rompancias. Mamparras. Estrépito de cascos impacientes, resfolegam, assopram e relincham temerosos. Refugam assustados, saltam engraçados. Estrupicio de cavalhadas, arrodiando, desfilando em espirais harmonicas, de cavalos indóceis. O socego, quando juntos, calmavam. Batem os pés, recuperam a coragem perdida. Mornavam. Normavam.
Agora mijam aguaceiros caudalosos. Mijadas copiosas. Tranquilos.
Depressão: esclerose multipla..
Primeiro, foram aqueles pequenos sinais de falta de memória bestas. Podia jurar que casa Fretin fosse do mesmo lado da Botica Veado de Ouro, na rua Direita. Ali, no começo da Praça do Patriarca, o absurdo de ver uma frente da outra.
Crise: existencia e rumos.
O ar em volta, parado. Algo parecia estar pra acontecer. Pelo canto dos olhos divisava: como que um tenue tremor de galhos, quando que passarinho deixa. Em nada bulia um ramo de arvore: o fino do medo na espinha. De repente o rumor do berra-boi, redemunho se formando: o diabo no meio. Coisa estranha: é o medo que gera o medo. Volta de estrada, vultos aparecendo. Isto é que é sombração: a gente sente, sabe que está alí, brincando. Mas não é com as vistas dos olhos, senão que com os olhos do medo. Olhava e via, esconjurando a feiura do monstro: aspite!... cruz credo. Um ser peludo, de estatura media, os pés voltados para traz, com aqueles de quem chega de costas. Grunhia: podia que sesse o capora. Tês e comissuras da pele ressequida.
Levantou o chapéu, mostrando o branco do alto da cabeça: um gesto de repouso pra pensar uma proposta de negocio. Um sesso estranho de mostrar um homem desassombrado.
O ar parado e o rumor: feito galho de assapeixe quando passarinho deixa. parado no ar como voo de gralha.
Quando eu soltar a minha vós, entenda. Não espante, cante. que o seu canto é o meu jeito de cantar. é bebé: mamar na gata voce não quer? Deu aguas pras barbas pra ele dar sumiço.
Não estou de graça não!... nem de brinquedo. Falo sério, não duvide.