sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Ricardo, irmão do Zé Cabo Verde, de chofer


A mulher garrou de ficar com pensão daquilo dele. Tinha de internar de qualquer jeito. Mas foi aonde que pregou aquela peça no Totó, que foi no ford V-8, de acompanhante responsado, sendo o Ricardo, irmão do Zé Cabo Verde, de chofer. A confusão do causo se deu foi na chegada do manicomio,

Expressões


Ele era um homem sem ardência, um fresco, bem frangão, por mais que esquentassem ele. Num aluia um nada. Ele num aloi nem um pouco. Mas deu pra variar, ficou com o braço esquecido, andava pra desapairecer a idéia da cabeça

Se o Clemente Mariani, estivesse vivo


Quando viu a situação dos loucos, iniciou a sua peroração."Sabia que num ia dar certo, esses republicanos não sabem de nada mesmo, são uns bárbaros: onde já se viu levantarem barricadas contra a figura excelsa do imperador, que foi escolhido governante por uma questã de direito natural? é uma excrecencia: onde nós estamos? São muito materialistas, gente atéia, sem religião, tudo positivista e maçônico. Se o Clemente Mariani, estivesse vivo, ou o Joaquim Murtinho, aí sim: gente de pulso forte pra conter essa ralé, esse povinho revoltoso que não respeita a figura sublime do nosso imperador.

Presidente Antonio Carlos de Andrada


Presidente o Dr Artur Bernardes e presidente do estado o dr Antonio Carlos de Andrada gente dos Andrada e Silva, secretario de justiça, o Coronel João Alberto, ele vivia como se estivesse na monarquia. Defensor de D. Pedro segunda e da família imperial, tinha um respeito doentio pelos símbolos do poder, contra a abolição da escravatura. Seus discursos barrocos, da época parnasiana, ainda cheio dos dizeres monarquistas.

O Sinésio num era bem dizer um louco


O Sinésio num era bem dizer um louco, mas um homem ultrapassado, meio prosaico de antigo, no ar e nos trajes. Não percebia a passagem do tempo, tinha la suas teorias a respeito da Política. Em plena fase republicana, o posotivismo ganhando a preferencia dos mais avançados, ele era monaquista.

—Campeia a zagaia Nestaldo, esse o nome do Pinduca. Pode que num dá tempo de trocar os cartuchos. Aí ó! nóis tamos nhambados: estamos no cu da perua. Na unha dela a malvada!

Liberdade.


Ser livre mas ao mesmo tempo ser obrigado a fazer opções, que é o que cansa. Difícil. É assumir a responsabilidade pelo que fizer: certo ou errado. É criar constantemente a própria essência individual. O Homem, ele está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio e no entanto livre, porque uma vez lançado no mundo, é responsável por tudo que fizer. Ele tem de escolher naquilo que está próximo, por o mais já estar determinado, como fazendo parte de um universo maior..

Arremetem. A alegria intensa.


Se aninham. Ali ficam arrulhando buliçosos, batem azaz afugentam tristezas, brincam. Calmos, sem nenhuma ordem, formam novos pousos inesperados; ficam, depois vão como vieram, do nada, sem aviso prévio. Arremetem. A alegria intensa. Quase sem necessidade. Que pensam? quase não pensam.

Como os pássaros, são aves de arribação.


Aves inquietas. Os jovens: eles vem eles vão, como os pássaros, são aves de arribação. Em debandada trovejam ao menor buliço, arremetem; não de medo, senão que de inquietação. Pousam em qualquer lugar, aos bandos: vão chegando aos pares, singulares,de repente multidão em alvoroço, o caos estrepitoso.

A doideira da menina


Que saibam não tratar-se de denuncia, senão que o enunciado duma proposição matematica, quase contábil. Que a doideira da menina, sendo mais a fome do que a falta do que comer, uma é que: do jeito que os grande passa, os pequenos tamem passa, nenhuma janelinha está aberta pra alguém na hora da correria.

Tamanho da nossa preguiça.


revela preguiça ou incapacidade , viver a vida real. A veneração pelo incorruptível, criação infantil inaccessível, do distante. Revela o desejo incontido de que outros realizem seu desejo. Estão na maior parte pedindo a Deus que alguem tome decisão por eles. Na verdade é como projetar um sistema do tamanho da nossa preguiça. Por tomar decisãoes e enfrentar as dificuldades do real, um medo de serem responsaveis por seus riscos de serem responsaveis por sua liberdade.

Ridica de tudo: chuva temporona.


Uma chuva fina, vasqueira, ridica de tudo: chuva temporona. São os eternos esperançosos que dão força e valor a vida: os demais tem uma cortina espessa de tristeza cobrindo os olhos e o coração. É preciso de qualquer jeito acreditar nalguma coisa ainda que racionalmente impossivel. Só a certeza do inevitavel da morte certa, nos torna capazes de viver.

Diabo anda solto


Você não acha que tem dia que parece que o diabo anda solto, como que no meio do redemunho. Ele andava com o diabo no corpo que nem lobisomem em noite de sesta santa de lua cheia, quase a pino, um ar de magia excessivamente clara, o tempo limpo sem atmosfera. entoou uma cantiga sem nexo, um homem especula e abelhudo. Deu o quinau nele: pança de angu. largato escadeirado, sai bunda de marimbondo!

Vento virado e curar quebrante.


O pé grande de tonto, vorteado, demais, dedão separado calçado de espora dum pé só. Fuinha, calça amarrada de embira meio caindo mostrando o rego da bunda, imberbe, sem bigode, uma preguiça de dar dó. Uma dor constante que principia no encontro e responde na cacunda, a maior parte deles teve de levar no curador pra tirar vento virado e curar quebrante.

Boqueiras permanentes


Magro fino esquelético, todos dum jeito só, esqualidos, a mesma figura de valete solitário, o cabelo sem cor, escorrido, magro da cabeça aos pés, branco, pouca barba, pouca sombrancelha, sem pestana, o vermelho rodiando os zolhos furta-cor. Boqueiras permanentes, nariz escorrendo o nó saliente de Adão. Pescoço comprido muito fino: a mesma figura repetida sempre. Sem peito, sem carnes, sem bunda.

O Gordurinha


A pessoinha dele a-toa, sem préstimo nenhum. Cara chupada a barba rala que nem que cabelo de milho. A cor rósea, glabra, clara, transparente, o nariz quase sangrando, que é puro ranho, sempre chupando eterno resfriado, a tosse sem fim, seca de catarro. engole não engole.

VELHARIAS


Coleciona tudo que é velho louco imprestável, gente recém morta, para ressuscitar. Gente desenganada com câncer, leucemia, aids, lepra e fogo selvagem. Até cura de doença nova das florestas, invisível e da fraqueza. Tudo para servir de matris ou receptáculo de sua nova raça dele que vai voltar com ele na segunda passagem do cometa.

Comparações


Com símbolos: a cruz, palavras e regras. Com instituições: liberdade, governo. Tem que resolver um problema de tempo: uma segunda passagem do Halley, na cauda de um cometa é que ele vai. Entra num buraco negro, explode apartecendo em outro lugar.

Brisas calmas


, o povo ficam tristes da perda. Sai em carruagens de papai Noel, naves silenciosas. Faz chover no nordeste.

Assim como veio, vai, em nuvens douradas,


não pousam nele. Se pousam, alvoroçam e saem desesperados feito loucos, em vôo cego sem destino: ficam pegajosos. Organiza planos de volta, leva velhos loucos imprestáveis, condenados de cadeia e de doenças incuráveis. Assim como veio, vai, em nuvens douradas,

Forgo longo


Fica horas dentro dagua sem respirar, até dorme dentro, volta com achados. Se quer, dorme um mês sem parar, mas nunca que fica cansado e quase não tem fome: come cascas de arvores e chupa resinas de pau. Dentro dagua, a outros parece morto, mas o corpo quente quando sai, os insetos

Descobre riquezas e pedras de rubí


Vira num culto de poder, as pesoas num querendo de deixar sua presença. Mas o pensamento avoa longe, as vistas no cèu distante, num lugar definido. Descobre riquezas e pedras de rubí, pedra dágua aonde que tem escondido visões de grande beleza, ouro enterrado, pelo sentimento e pelo faro, navios naufragados. Entra dentro dagua e respira pela pele: não molha.

Adivinha pensamento dos outro


O tempo não passa, dura enormidade. Tem uma fosforecencia um brilho, só luz. O povo principiam de adorá-lo de manso que é: moças, velhos, até homens não tem vergonha de ter um bem querer. Tudo que toca sara o incômodo. Ele cura: de perto, pondo a mão; de longe: pensando as feridas. Adivinha pensamento e o que vai acontecer. Prevê calamidades. Sonha, seu sonha vira em realidade.

Um moço loiro, quase albino


O Anticristo A história dum moço muito branco, branquíssimo, loiro, quase albino, os olhos de vidro, como de bonecas. Nele, tudo se renova, instantaneamente, nada fica velho: os dentes, unhas, cabelo, a pele glabra, nada que fica mais velho, imprestavel. Fala pouca de opiniões precisas, susurra, um fino de vós de falsete, nem masculino nem de mulher, branda. Vindo de outro lugar, a raça sua dele se acabando. Precisa deixar descendencia, ou levar algum alguem com ele para experiencias, velhos que seje, ele os renova e nunca que deixa morrer.

Um homenzinho meio magruço, cheio de dignidades. Muita simplidade no ar e nos trajes. No jeito de caminhar, um balangado esquisito, a cabeça agacha, muito grande, desproporcional pro corpo franzino, o corpo penso prum lado. Envergonhado de tímido em excesso os braços cruzados atraz das costas numa postura impossível de imaginar. Muito sorriso, poucos dentes. Um sesso de cambetear prum lado, um vicio de personalidade.

ficou o arvado deles


Depois de tirados os afogados só ficou o arvado deles, comidos pelas piranhas, pelas lontras e pelos urubus de carniça, treis dias depois. Um deles esmigalhado nas pedras de tanto girar no redemunho, num sabendo qual o quem, desreconhecido. O povo ficaram com os olhos orvalhados de tanto chorar a morte dos três uns. A festa virou em tristeza. Só. Era mês de abril, o céu azul de muito vento, mas azul de abril, um céu azul de sanhaços.

A fazenda do Bié Romão


A fazenda do Bié Romão na beira do Rio Pardo. Aonde que tinha um sumidouro, uma loca de pedra, um redemunho, a água entrando na pedra pro chão fora, indo apontar muito embaixo como que partindo o rio em dois pedaços, depois a cachoeira.

A festa do Zeca Zico


Vez em quando tinha briga feia, mas nessa não, que o Bié Romão tinha autoridade, impunha o respeito necesario. Eveio chegando gente de todo lado. foi chegando cavaleiro, gente de a pé e carro de boi. Aparecidos nas grotas e boqueirões.

Tirando de cabeça


Tirando de cabeça, se retirando de vez pra São Paulo. Lá na cidade grande, decerto que tendo mais campo pra trampolinagens deles. Serviram de mercenários na revolução de 32.Acompanharam cabeça do Mineirinho, seguiram a coluna Prestes e foram viver na jagunçagem. O Tiãozinho, sem querer, virou num valentão respeitado, até que acabou seus dias morto pelo Nicrinho, e jogado na enchente.

Os valentões tirando de letra


Na última hora, pra espanto geral, consentiram da presença do tiãozinho no velório, inclusível de seguir o enterro, segurando a alça do caixão, os dois de sentinela atraz do Tião. Não se deu nada do esperado, nem morte nem vingança nem nada. A vingança mais completa ficou pro fim, com serviço bem feito. Depois deu em nada, com os valentões tirando de letra

O povo cagava de medo


o pior que podia ter acontecido é não ver reconhecido os méritos. Depois de consumada a morte do Godofredo pelo fuinha, o povo ficaram com medo de que fosse perseguido pelo Gratistonho e pelo Jefe, mas não! o enterro foi concorrido, causo que o povo cagavam pras perna abaixo e de curioso de ver a carranca deles dois.

Defloramento duma ciganinha nova


Foi perseguido uma quadra grande pelo tião gajou por motivo de defloramento duma ciganinha nova, num querendo de casar consoante as leis da manada. Escondeu no Barro Preto, depois conceição dos ouros e Ventania, lugares de renegado e perseguido da policia. Gastou muito casco de cavalo nessa travessia. O tião caiu doente e ficou morando com os pinducas, pra depois continuar a perseguição.

Criado com manada de ciganos


Criado com manada de ciganos, aprendeu a arte de negociar com criação e animal, sua manhas e tretas, pra passar manta nos incautos e beócios. Saiu corrido de lá, causo de cavalhadas de negócio de esconde defeito de animal de peito aberto, estirador e animal velho passando poir novo de ardencia, causo de ter comido palha de café, misturado no fubá.

Cachapava, terra de Pinducas


Eveio negociar no Cachapava, dando parte de quebrado, num se sabe se pra divertir com as pinduquinhas ou se reunir com os seus parentes dele muito antigos, sua madrinha ou mãe de criação, ou cumprir promessa de expiação na igrejinha do Naninha Bueno, o santo homem que morreu duas vezes.

O esprito do Theófilo baixou no Godofredo


Quando o esprito do Theófilo baixou no Godofredo, se deu acontecer que baixou tambem o esprito do burrão rateado, na mulinha do tal, que desembestou, na desabalada carreira, ladeira abaixo, arrastando o Godofredo pelas pedras, com o pé enganchado no estribo, com espora e tudo. Mas num morreu o peste.

Corpo fechado


Mas como, se eles num era bem dizer parente, que se saiba. Só se em outra encarnação, aí podia que sesse. Isso dele receber o esprito do Theófilo se deu, quando estava alongado pelos carrascais, foragido da policia. Lugar que sempre ia em apoio de fazer parte com o diabo, entregar sua alma dele ao demo, ou fazer trato com o cão. Diz que tinha o corpo fechado por ter entregado a alma pro coisarruim.

Jacui, terra de gente papuda


Brigavam de turma, de pé, de faca e cabeçada. Dis que podia que sesse gente dos figueiredo da Divisa, mas essa uma gente de mais honra, brabos mas respeitosos. Mas como que pode se eles era do Monte Santo, quase Mata dos Sinos, em Jacui, terra de gente papuda. O povo falam, que sem saber dos figueiredos, ele encarnou o esprito do Theófilo.

ao Deus dará, caçando encrencas


Andava de déu em déu, ao Deus dará, caçando encrencas, um tirador de pontas. A pele de cuia, de cobre, como dos Pinducas, seus parentes próximos, descendentes de indios, uma gente de bugres. Resolveram de vim por banco em Cabo Verde, terra de jagunço, fazer arruaças. Pra eles, não tinha Justino nem Polico, nem Nenzinho, valentão nenhum.

A boca uma enormidade, um despotismo de dentes


Não diantava teimar.Bobagem. Mas foi de medo que o Tiãozinho matou ele com a texa insignificante: o erro na superavaliação de sua superioridade: bem no sangrador, por instinto de matar correto. A boca uma enormidade, um despotismo de dentes, arreganhada como de cachorro louco.

Catadura de animal, cara de piranha


Catadura de animal, cara de piranha, os muitos dentes em serra. Sem testa, as sombrancelhas misturando com os cabelos. A barba de espinho, continuando pelo pescoço, emendada com o peito, curto, atarracado: um selvagem. Com ele não tinha explicação possível, o nenhum atenuante.

Reflexões do Theófilo.


mesmo em situação de brandura. Os olhos, só tem sangue e veneno. O retrato escrito do da maldade, capeta em forma de gente, sem tirar nem por o demo, o coisa ruim. A sua faca dele de serrilha,pra doer mais fundo, cortando rasgado, só pra ver o cristão fazendo caretas quando estiver morrendo. Arrogância e prepotência só, o nó das mãos, o calombo proeminente, o braço em tábua como dos primatas, dos bugios.

Desapairecer a idéia da cabeça


distraído pelas ruas pra desapairecer a idéia da cabeça. A mulher garrou de ficar com pensão daquilo dele.

doida no transcurso da viagem


Louco que ficou são na metade da viagem; pessoa sã, ficando doida no transcurso da viagem, no meio da caminhada; gente sã, internada no lugar de gente sem juizo por arte de astucias desses

Loucos mansos doidos varridos


loucos mansos doidos varridos, matusquelas e de mil modos que um pode ficar ruim da cabeça; enfim uma fatiota ridícula e triste, mas divertida, pra nenhum botar defeito. A viagem, uma peripécia: que se passou coisa do arco da velha.

Velhos caducos


Simples desandados da cabeça, gente sistemática em escesso; velhos caducos, variando com lembranças remotíssimas; gente que perdeu por momentos a lembrança das coisas; gente com visões de coisas impossiveis, de almas penadas; alguns que perderam com a crise de 29, com vontade suicidar por suas próprias mão deles; empobrecidos que não conformam com a situação de perca;

Doidos varridos


outros encafifados de ganhar na loteria; encasquetados de virar num milionario, duma hora pra outra; loucos de amor puro e simples; doidos varridos, desses de avançar na gente ou de tirar a roupa no meio do povo, mostrando as vergonhas, na maior simplidade, sem a noção nenhuma da falta de desrespeito; gente perdida no espaço e no tempo, num acudindo um nada, sem dizer um a de coisa com coisa, quando a gente instiga, perdida a claridade do juizo, nenhum ninguem ciente dum nada, esgotado o entendimento do juizo da cabeça

Loucos em demasia


Tinha louco pra mais de metro, uma leva deles, as mais impossiveis variedades imaginadas, desde esclerosados simples, gente vivendo num passado distante; gente esquecida dos fatos do dia a dia; manicados alguns alguens com materia de religião;

A empreitada difice


A empreitada sendo assunto pra gente instruida, que dessa vez era louco pra mil réis, o grande espaço de tempo entre uma entrega e outra, deixou a cidade em polvorosa e cheia de gente fraca do juizo da cabeça. Qualquer um, não servia pra dar cabo de tão dificil tarefa. Tinha de ser gente de escrita correta, cartorista ou escrivão do crime, algum meirinho ou autoridade do forum.

destino a manicômios


Mas aquela era uma empreitada diferente, dados que as viagens usuais praquele mister, uma vez ficadas por demais espaçada, deu se que veio de formar contigente volumoso de airados, com destino a manicômios, razão porque chamava muita atenção do povo do lugarejo, tirante que uma aglomeração de loucos é um fato que desperta muita curiosidade, dado os desatinos todos daquela gente, constando ainda que vinha de ser uma expedição sobejamente custosa de dar com esse povo em casa de loucos.

Colondria de loucos


Era o causo que eles tinha de levar em comitiva dementes, uma colondria de loucos pros hospicios, pra cidade grande de Campinas. Mas como reza o ditado que "de médico e louco, todo mundo tem um pouco", não seria uma viagem inusitada, a novidade nenhuma nada que isse gente até sã da cabeça, uns mais, outros menos varridos da idéia, pra nenhum ninguem botar reparo.

Falando de loucos.


Falando de loucos. —Ché! disparate de cantorias. —Cantavam seus ais chorosos, duetados de finos ais, estridentes de lamuriações. Choramingas. Mal de amores, o povo sonhando fundo a emoção, os braços alevantados como em orações de Padre-Nossos. Ladainhas de vias Sacras.

Existir é ser livre


O Homem, primeiro ele se descobre e traça um jeito de ser e prosear, existe, surge no mundo e no mando. e só depois se define. O Homem é, não apenas como se concebe, mas como quer que seje, depois da existencia. Existir no caso é ser livre, mas ao mesmo tempo ser obrigado a fazer escolhas.

Descrição do tipo


Boca grande, cara quadrada, mas prognata. O sorriso de cachorro louco, mostra uma crueldade de dentes: de ouro cuneiformes, só presas, um desperdicio. Nem se quizesse poderia parecer mais feio, fazendo caretas. ao natural, uma marmota, bugiu: o caipora. Quando fala, se fala uns grunhidos, a vós saindo apertada, gutural saida de um buraco cavernoso.Quando ri, se ri, uma crueldade de dentes.Cabelo ruim de negroaço, o nariz aberto,

Tipinho, o mentecapto.


O godofredo quem matou foi o Tiãozinho boca de bagre, um tipinho sem origem: gentalha. Quem matou o Jefe foi o Fernandi, do tião siqueira, o mentecapto. mais isso foi faz muito tempo, depois de feita muita arruaça e malvadeza. Eles era gente dos Beijo, duns tais de tumaizinhos, danados de velhacos, breganhistas de animais, como ciganos, viviam no Cachapava, tudo de lá, descendentes de Pinducas. Vivia de déu em déu, ao Deus dará, sempre em apoio de cavalhadas, em colondria de vadiagem enquanto que caçavam jeito dalgum sururu, procurando encrenca, uns tiradores de ponta, mal-encarados, doidos por principiar uma malquerença, chegados numa briga de faca.

O Godofredo , Gratistonho e jefe


O Godofredo era um grandalhão de cara de cavalo, estabanado, ruim feito cobra. A cara quadrada, equina, mesmo muar, mais mau deles tudo. O Jefe, pequeno e traiçoeiro, mas tinhoso. O melhor deles, e ainda num era grande coisa nem flor que se cheire, era o Gratistonho, que teve tosse comprida em criança, por isso que mais molenga e chorão, veio a morrer de chifrada de boi.

os 3 valentões


Eles era em treis: Godofredo, Gratistonho e Jefe, o terror da vizinhança. Por onde que andavam, o frégi estava armado. Nas festas, uns zanga-sabão, terminava com qualquer dança de baile.

As velhas nos siliões


Homens em cavalhadas de arreios reluzentes, machetados, os peitorais de argola, estribos, rabichos, baldranas pelegos e colchonilhos. As mulheres, se moças em ricas montarias completas seus cavalos educados. As velhas nos siliões, de atravessadas a meio animal. Todos de roupa de domingo. Alguns de carro de boi e charretes. os mais de perto de a pé, gente de colonia.

festas de Reis e do Divino


A família do Bié Romão tudo reunida para as festas de Reis e do Divino. Ocasião propícia pra fazer pamonha de milho temporão. As roças tudo embonecadas pra soltar pendão o capim gordura emborrachando pra soltar semente, promessa de muito namoro e casamento. Os bailes da roça. Os terços. As cavalhadas. Os preparativos para os dias de festança, a fazenda esperando a chegada dum mundão de gente.

Os treis valentões


Fatos de pavoroso suceder, se de tudo verdadeiros como o povo contam, se deram de acontecer naquele triste 15 de Maio de 1932. Contados assim nesses claros de dia mais comum, uns vão desconjurar, nenhum ninguem vai poder de imagimar o triste que foi igual. Não eram dias próprios de tristeza nem azarados, senão que dias de festa e comemoração da padroeira.

A falta de sem-gracesa


Ficou solene e saudoso. Pôs tudo fora em negocios desastrados, lentos e lerdos, os esquecimentos bestas. Por fim perdeu a graça e a compostura: despontou.

amores novos e improvaveis


Sonhava com amores novos e improvaveis. Impossiveis naquela fase da existencia. Podia se dizer que estava velho de tudo. Abandonou prazeres, vivia sob regimes e dietas: uma eterna renuncia. Uma profunda intimidade com remedios: receitava. Os chás, as garrafadas pra reanimo do moral viril.

Manicado em excesso


Aprumadinho, um regente de orquestra filarmônica. Um senhorzinho de mais de meia idade um sexagenario um pouco opinioso, deu pra manicar com as horas, exibindo o relógio sem precisão, e com o tempo físico. Falava dos novos incômodos: sua propriedade permanente. Sentia ainda vibrações.

relogio Roskoff Patent


O terninho de brim, corretíssimo. um libré de culote, com relogio Roskoff Patent o palitozinho justo e de botas: um bonequinho de relógio de caixinha

Macacoas e ovas


Uma cirurgia de calculos biliares, os seus divertículos e os incômodos da idade avançada. Macacoas e ovas. As veias entupidas produzia um claudicante, medidos os seus pequenos passos, vacilante meio marcando ocompasso, a cabeça erguida, numa postura automática de cuco de relógio, forçada em aparentar um equilibrio inexistente, pontual e rigido em excesso.

a gota serena


Outrora encontradiço, agora levando um sumiço grande, rotundo e sorumbático soturno e distante, pontifucava nas esquinas e c tolerância, nas portas de venda e nas farmácias, num discurso agressivo. Depois das quantas, fatalista. esperançava. principiou-lhe a lhe cair os dentes, um certo ameaço de reumatismo, artrite e lumbago, os esporões, a gota serena.

fregi e cavalhada


Descrição de tipo: Um certo senhor aprumadinho, meio prosaico de antigo, mas de avançada idade, como se diz meio entrado em anos, nos seus muitos janeiros àscostas. Andava de deu em deu, ao Deus dará, caçando encrenca, em apoio de fregi e cavalhada: um tirador de ponta.

Os loucos:


Eles não acode quando a gente chama, nem dão ciência dum a, perdida a claridade do juízo. idéias dissolvidas. Não tem nenhum ciente, esgotado o entendimento do juízo da cabeça.

"Em desde que eu me entendo por gente: a vida é impossível sobre este planeta, sendo um acidente, salvo melhor juízo. Neste ponto há controvérsias, as opiniões divergem."

Dr Ortiz tirado


Descrição de tipo: Um certo senhor promontorio, constava que de ocupação de meirinho ou estafeta dos correios, como o Dolermiro. Tinha o Marcelo Indio do Brasil da fase ufanista do positivismo. O Guateri, Guarani, o dr Ortiz Tirado. Radamés, o Hegisto. Um placidonio, o Anacleto e o Talma. Frases: Aquela impossível creatura.

"O Incrível, fantástico e extraordinario"


Valentões: Arcidalio Esmerindo e Zé Pintinho Louco: Alziro, Zé Louquinho e Lasquita Reclames: Grindelia de Oliveira Júnior O run creosotado Glostora e lavanda. Almirante: a maior patente do radio brasileiro do "O Incrível, fantástico e extraordinario" Escritores: Aspicuelta Navarro, Vercingetorix, Hercules Florence e a caneta fulgurante de Antenor Pimenta

Amores clandestinos


Acabou-se o que era doce: a única certeza incontestável. Amores clandestinos: histórias safadas Herói amante poeta: Pedro Saturnino de Magalhães Meninos de recado: Bastião Salgado e Zé Roxinho Noticiador de enterros e festas: Jorge Braite Meirinho e estafeta: Dolermiro e Antonio Aguida Rei Momo e recadeiros: Caju e tio Alceu Bêbados inveterados: Zé Cabo Verde e Ricardo Eletricistas e consertadores de rádio: Quincas e Jesse

A hora do homem


Dele ainda não. “A hora do homem e uma só, num dianta afadigar um nada não”. “A morte e uma velha careca que passa de vez em quando, vestida de um branco. Fica atraia da moita esperando a hora do cristão chegar”. Quando chega, babau! Num tem choro nem vela: pode encomendar a alma e acender as quatro velas. O Cristão veste a indumentária de madeira e vai pra horizontal definitiva.

sábado, 3 de novembro de 2018

Da morte.


O sino tangendo lúgubre: a morte rondando a corruptela. Gente que nunca morreu esta morrendo. Será o Leopoldino?...-que nada, esse está forte e sacudido nos seus noventa janeiros. O Muniz velho de guerra? Será?... -não esse beirando os cem, mas não chegou a hora.

docemente de repente, seguia harmonia previa benfazeja


ESTREPULIAS


- Não! Sou eu que bebo primeiro! Vocês param de brigarem, senão..., falou a mãe que ia abaixando, quando a vasilha entornou e a bilha d’agua espatifou no chão duro: quebraram todos os ovos. Um lavarinto de criança na cabeça. Uma latomia.

Que pena que o Chico não teje


—Que pena que o Chico não teje em casa, compadre, mas apeie que num demora ele chega, deve de estar por perto caçando um garrote alongado pelas vargens, provável que atolado uma hora dessas: Vamos entrando que o café ainda está quente

falta de semgracesa


Num demora a comadre aparece na masca dando pelo quadro do compadre puxando a égua pelo cabresto, ele na maior falta de semgracesa saudava respeitoso, a mão no chapéu, os olhos no chão.

COM QUE CARA ....EU VOU


—E se o compadre num não tivesse em casa, com que cara ele havia de dizer para a comadre da finalidade da visita? a égua mostrando claramente os sinais do vicio, bandeira do rabo alto nas costas. Ele muito respeitador ia ficar com a maior vergonha da comadre.

O PRESSENTIMENTO DA AUSÊNCIA DO COMPADRE


Na cancela foi que teve um pressentimento que quase fez ele virar nos cascos: —E se o compadre num não tivesse em casa, com que cara ele havia de dizer para a comadre da finalidade da visita? a égua mostrando claramente os sinais do vicio, bandeira do rabo alto nas costas. Ele muito respeitador ia ficar com a maior vergonha da comadre.

UM CAUSO CONSTRANGEDOR


A égua é sua, o senhor que sabe! Não demora uma semana e o Chedasvinto está de volta na casa do compadre Chico Berto, dessa vez evinha mais cedo mais em apoio do serviço de por a égua dele para cobertura do jumento do Chico Berto. Esse era o oficio mesmo do Chico, seu meio de vida, visto que tinha um jumento pachola, vindo lá das banda de Passatempo, um legítimo Pêga, produtor de bestas da melhor qualidade, o povo pondo muito cabedal no animal do Chico Berto.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

A égua é sua, o senhor que sabe!


A égua é sua, o senhor que sabe! UM CAUSO CONSTRANGEDOR Não demora uma semana e o Chedasvinto está de volta na casa do compadre Chico Berto, dessa vez evinha mais cedo mais em apoio do serviço de por a égua dele para cobertura do jumento do Chico Berto. Esse era o oficio mesmo do Chico, seu meio de vida, visto que tinha um jumento pachola, vindo lá das banda de Passatempo, um legítimo Pêga, produtor de bestas da melhor qualidade, o povo pondo muito cabedal no animal do Chico Berto. Na cancela foi que teve um pressentimento que quase fez ele virar nos cascos: —E se o compadre num não tivesse em casa, com que cara ele havia de dizer para a comadre da finalidade da visita? a égua mostrando claramente os sinais do vicio, bandeira do rabo alto nas costas. Ele muito respeitador ia ficar com a maior vergonha da comadre. Num demora a comadre aparece na masca dando pelo quadro do compadre puxando a égua pelo cabresto, ele na maior falta de semgracesa saudava respeitoso, a mão no chapéu, os olhos no chão. —Que pena que o Chico não teje em casa, compadre, mas apeie que num demora ele chega, deve de estar por perto caçando um garrote alongado pelas vargens, provável que atolado uma hora dessas: Vamos entrando que o café ainda está quente

FAZENDA FORTALEZA


Ali, aonde que em chegando, o mataburro de pedra com as quatro madres de pereira, as palmeiras em fila indiana tal que soldados em ordem unida, semelhava que pessoas rezando, em procissÆo de povo, carregando andores em rumo de igrejas, interminaveis. A entrada em chegando la se deparava com as estatuas de pedra rodiando em concavo, fazendo comodo pra entrada da alameda de palmeiras imperiais, antiquissimas, coisa de gente de cidade: gosto e rique foque do coronel Alvaristo da Costa Vieira que iam dar na fazenda majestosa fortaleza do Porto. NO FRONTISPICIO da entrada os dizeres: fazenda do Porto. ÙTou ficando velho, tou ficando fraco: tou encolhendo as pernas, tou espichandoo saco. -Pois ali, aonde que uma volta de rio, um remanso, as folhas em circulos, revirando que nem redemunho pro centro dum sumidouro, j ‚ terras da gente, regularzinho.

ENTERRADO VIVO, Tributo ao poetinha.


. -Quem vai lembrar-se da dívida não paga e sentenciar: foi um velhaco. -Qual que vai mandar comunicado com referência ultra elogiosa: ao ilustre poeta e escritor!... -Quem, disfarçadamente, vai ajeitar um colarinho, aparelhar botões fora de esquadro, laços distorcidos em desalinho? -Quem vai proferir com voz embargada o discurso final, arremessar a primeira pá de cal, encerrando a cerimônia, pondo um ponto final? -Quem, ante perplexidade, vai ter de ser de mim arrancada para evitar maiores dissabores? -Quem de mim terá lembranças complacentes, dirá coisas doces ou rir de minhas tolices em vida, de minhas gafes? -Quem vai rir por gentileza ao relembrar uma de minhas piadas chatas, repetida em vida, até a exaustão, dos tempos de esclerosado? -Quem vai se lembrar com respeito indevido, perante reunião de amigos, dizendo: -O Doutor falava assim, ele disse assado. – Quem vai tirar a dor e a dúvida antes que enlouqueça. Esquenta não! Dúvida besta essa, isso passa. Antes que nada aconteça: cessa antes que a noite desça. – Qual vulto estranho – que ao transpor o muro – chorará no escuro uma lágrima furtiva? – Quem de mim dirá palavras doces: – foi um homem bom, deus o tenha? – Quem – a boca pequena – murmurará sacana: – foi um velhaco, já foi tarde. – Quem se lembrará de seus versos podres, plagiados de outros? – Qual – com mão de amigo – ficará comigo no instante trágico. – Quem de mim terá de ser arrancada aos prantos por inoportunos? – Qual se incumbirá de tarefas triviais, dos papéis e coisas tais? – Qual aquele que lerá em diagonal a inscrição banal: “Eu fui o que tu és, tu serás o que eu sou”. – Quem dirá que foi um louco que pensava entender um pouco dessa vida louca. Da vida, ora a vida! Não espero nada: são só umas poucas alegriazinhas (Rosa, Guimarães), o resto, puta merda: é só dor e sofrimento. – Quem, mirando o céu pressentindo abutres circulantes, exclamará incrédulo: “Dios, que es la vida?”(Quino). Uma vida alimentando outras vidas. Só isso? Uma transformação constante de vida em morte e morte em vida? Não é o bastante? A eternidade – mesmo se existisse – A ciência, num acesso de loucura, teríamos inventado a morte (Guilherme de Almeida).

TRATADO DE PEQUENA POLÍTICA.


-Sobre a aparência das coisas. Se você‚ um iniciante dessa nobre arte da política deve primeiro pensar um pouco, que a coisa não ‚ nada fácil. Vocêˆ vˆ um desses políticos da velha guarda e fica logo imaginando que ‚ uma boa carreira a seguir, mas tem l os seus percalços. Como dizem os conselheiros de pequena política: "Vocêˆ vˆ as pingas que eu bebo, mas não vˆ os tombos que levo." O que segue são conselhos, tirados da experiência.Muito mais um "Vademecum" dos procedimentos e posturas de um candidato a político, do que um tratado completo sobre o assunto política, como um livro teórico de verdadeira política, mas são regras básicas e tiradas dos mestres mineiros e nortistas dessa verdadeira arte de enganar o povo e ainda por cima fazer parecer que está ajudando. Siga os conselhos e tenha a certeza de que no fim acabar ajudando a si mesmo e a seus parentes, bem como a esta gente simples, na aparência, que parece acreditar em tudo que dizem, mas que no fundo são mais velhacos do que você pensa: eles tambem estão tentando melhorar a vidinha deles e esperando ganhar alguma coisa que no fundo são apenas migalhas. V em frente e boa sorte.

CAF COM BRIOCHES: uma hist¢ria …s avessas.


CAF COM BRIOCHES: uma hist¢ria …s avessas. Ù"Se eles nÆo tˆm pÆo, que comam brioches..." (Maria Antonieta) Um intelectual, desses que se auto-intitulam progressistas, viaja … Par¡s para ver a apresenta‡Æo do excelente "Grupo Corpo", de Minas, no Teatro municipal de l . Pede um cafezinho no "Petit CafŠ avec brioches", enquanto espera pela hora do espet culo. Paga 4 dolares. Uma viagem … Europa esta custando os olhos da cara como todo intelectual progressista deve saber. Comecemos fazendo contas …s avessas como promete a hist¢ria: dos 4 dolares, de cara sÆo descontados 60 centavos de gorgeta, que gar‡on francˆs nÆo est para brincadeiras. Restam 3 dolares e quarenta como pre‡o a menor da gorgeta. Suponhamos que o francˆs do Petit sirva apenas caf‚ e brioches: metade da receita vem do caf‚ e metade do brioche, assim como as despesas sÆo repartidas meio a meio. Suponhamos outrossim, que o Francˆs venda 300 caf‚s por dia, "faturando" a m¢dica importancia de 1.200 dolares ao dia s¢ com caf‚.

era uma crueldade de dentes.


Mas, o Polico era potroso mesmo, leva o povo a pensarem que que sesse homem macho de verdade, em respeito ao volume. Ele era homem baixo gordo e rendido. Caminhava com dificuldade , pelo inc^modo do rendimento, o passo arrastado, causo do saco uma enormidade, rescindiva de cachumba recolhida, pode que desceu pros bagos, ele era potroso.Durou pouco o reinado do Polico. O Justino era o tipo do valentão caranca: quando ria, se ria...era uma crueldade de dentes. Trecho do cordel mineiro: Histórias Safadas, por Vitor Hugo Romão, poeta e decifrador.

enfia a viola no saco e some!


__ah! É assim é? Possa ser q seje. Tem outra coisa: como q andam dizendo q vc anda desrespeitando minha amásia, rbejando ela na minha ausência. Isso num ta certo! Me digue logo duma vez. __Ara seu maximiniano, invencionice dessa gente alcoviteira q num tem o que fazer. Pois quer saber? Eu até q sou meio chibungo. Sou viado de tudo. Pois num é q , pelo fato esse até me puzeram o apelido de Póla Curiango, num sabe não? Num dá confiança pra essa prosa de rua não seu manoel maximiniano Justino, q num paga a pena,num vale a canseira de vossa excelência, me disculpe. __A pois então enfia a viola no saco e some! E vamos parar de prosear! E não me chame disso você falou que num gosto. Sabe lá se isso é nome feio, coisa de gente fresca? Tambem não sou teu íntimo, a ponto de dar essas liberdade, tamos conversado? Aceito os michimentos . Num torna noutra que senão vai se aver comigo, some das minhas vistas, desaparece!

POLICO PEDE MICHIMENTO


__Ara, seu Justino, invencionice do povo pra me indispor com a sua excelência. Reverenciou o Polico ainda encolhido num canto. __Cumo é que é? Tem ou tem, desembucha logo. Deixa de ser subalterno, sô. Mostra logo a macheza que vive alardeando. ...Se tem, mostra logo, deixa de mamparra. __Baguico atoa, seu Manoel Justino, coisica de nada, mais parece uma íngua. Num passa de ser uma mula, coisa de doença venérica mal curada, consquência dum cancro duro. Agora sua excelência sim é q tem treis bagos, pra fazer justiça às sua grandezas machas.Merece de ter. Se sua excelente pessoa diz q tem é pq tem , gemeu o Polico cheio de dedos, a voz afinada de propósito, se pondo muito inferior.

A VOLTA DO JUSTINO


– Que jeito esse Polico? Me admira muito o que o povo andam dizendo! Diz que nesse tempo que passei nas Neves você que virou num valentão? Escutei umas prosa, que você anda cantando de galo pras vendas, rastando mala: que num tem homem procê nessa terra; que é muito macho e coisa e tal... me digue se é verdade que você tem treis bago como que anda dizendo...Me admira muito falar desse jeito, pq se é verdade, me mostra, pq somos dois: eu sim é que tenho treis tentos. Por isso q sou macho maxixo maduro e doce, está sabendo.E tem mais: tenho treis e dos grandes, num é pra me gabar nada não. – Ara, seu Justino, invencionice do povo pra me indispor com a sua excelência. Reverenciou o Polico ainda encolhido num canto. –

doce de letria


A frente os cavalos em passo picado e cavaleiros nos seus trajes de culote e polainas, os rebenques peitorais de argola e rabichos, os rabos de tatu, giboias de iapas estalando pra tanger os animais, esporas reluzentes prateadas, estribos ciliäes pras senhoras e montarias das damas solteiras.Pelegos e colchonilhos e as baldranas. Por derradeiro as mulinhas marchadeiras os cavalos de montaria de senhora, por fim a tropa de burros de carga e animais de lida, a frente a madrinha da tropa de cicerro dando o tom de festa da comitiva, burros mandriäes e piquiras, eguas de potro, cavalos espojando na poeira. A hora, era tarde. Aquele ia ser dia dos bons, at‚ de faltar da escola. Num carecia de apartar vacas e nem a amola‡Æo de cascar milho e tratar dos porcos. Comida das boas: ia ter doce de letria. Foi de fio a pavio: tudo pronto para a partida.

domingo, 28 de outubro de 2018

“A caneta fulgurante de Antenor Pimenta”


“A caneta fulgurante de Antenor Pimenta”. Aspicuelta Navarro. Uma chorumela: latomia só, parecendo ladainha de reza. Conversa de le: le com le, cre com cre, um sapato em cada pé. Hoje você está muito aventureira: faz carapuca e faz enxoval, mas e se o menino vier sem cabeça? Tudo são castelos de papas. A mulher que evinha com a rodia na cabeça, uma dúzia de ovos se tanto e fazia planos: vou por pra chocar, se vingar todos, são doze frangas, que porão depois de grandes, só numa semana são oitenta e quatro ovos: um despropósito. Esses vira frangas depois de chocadas de novo. Já imaginou o despotismo de criação? Vendo os frangos e compro novilhas que viram vacas e dão cria de novas bezerras. - O Gaspalzinho vai beber leite bebido! - Não! Sou eu que bebo primeiro!

Num paga a pena desperdiçar vela com defunto ruim.


Quem tem dó de angu, não cria cachorro. Num paga a pena desperdiçar vela com defunto ruim. O homem troca a vida pela luta, longos anos de trabalho. Cresce em força e ilusões trilhando por um caminho de sonhos e de pedra. Depois de velho sossega e enfurna. Fica sistemático, antigo e opinioso: sorumbático. Acaba numa existência de esperança silenciosa e conformada. Pois o homem fica velho, mas é por amor de suas próprias opiniões dele. Mas, apaixonado de num ver suas regras acatadas, mais velho fica, não significa mais nada: um zero a esquerda. Vira um incômodo pra família, jogado num canto esquecido, um traste velho sem serventia pra nada. O homem velho, se ele fala: o povo não escuta, eles acha o assunto desbotado. Então ele acha melhor se calar. E se encolhe: vira carta fora do baralho. O homem se apaixona, se afasta prum canto triste. Fica velho e repetitivo. Autoritário, pelo amor de suas próprias opiniões dele. E quem vai dar acordo em conversa de velho? Ai é que emburra. A vida dum velho é só dor e sofrimento. Todos candidatos a sofrer .

Os dizeres do João da canela grossa.


O homem passa a vida fazendo besteira: coisa a toa! Acaba numa existência silenciosa, conformada. Peleja e luta, enfrenta os perigos e desafia a morte, pra depois, o tempo vencendo, virar num só traste velho, sem serventia pra nada. No fim, se lerdear, é só terra na cabeça do bicho.

O Alziro, muito ladino, acabou não sendo internado.


Já foi contada ml vezes em outros livros, mas num custa repetir, causo que engraçada: O Alziro, muito ladino, acabou não sendo internado. No seu lugar dele, ficou o Totó, contido aos berros, pelos enfermeiros, com ajuda da camisa de força e levado trancafiado. Acontece que, muito familiarizado com hospícios e os seus trâmites, o Alziro usou do expediente de se adiantar e comunicar segregado aos enfermeiros que vinham em bandos, com camisa de força.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Da morte. sobre a morte:


Da morte. O sino tangendo lúgubre: a morte rondando a corruptela. Gente que nunca morreu esta morrendo. Será o Leopoldino?...-que nada, esse está forte e sacudido nos seus noventa janeiros. O Muniz velho de guerra? Será?... -não esse beirando os cem, mas não chegou a hora.

Uma latomia.


- O Gaspalzinho vai beber leite bebido! - Não! Sou eu que bebo primeiro! Vocês param de brigarem, senão..., falou a mãe que ia abaixando, quando a vasilha entornou e a bilha d’agua espatifou no chão duro: quebraram todos os ovos. Um lavarinto de criança na cabeça. Uma latomia. E as coisa evinha docemente de repente, segui harmonia previa benfazeja, com evoluções concordante satisfações em antes da consciência das necessidades. O que mingua pra uns, pra mim me sobeja.

Aspicuelta Navarro.


“A caneta fulgurante de Antenor Pimenta”. Aspicuelta Navarro. Uma chorumela: latomia só, parecendo ladainha de reza. Conversa de le: le com le, cre com cre, um sapato em cada pé. Hoje você está muito aventureira: faz carapuca e faz enxoval, mas e se o menino vier sem cabeça? Tudo são castelos de papas. A mulher que evinha com a rodia na cabeça, uma dúzia de ovos se tanto e fazia planos: vou por pra chocar, se vingar todos, são doze frangas, que porão depois de grandes, só numa semana são oitenta e quatro ovos: um despropósito. Esses vira frangas depois de chocadas de novo. Já imaginou o despotismo de criação? Vendo os frangos e compro novilhas que viram vacas e dão cria de novas bezerras.

Os dizeres do João da canela grossa.


O homem passa a vida fazendo besteira: coisa a toa! Acaba numa existência silenciosa, conformada. Peleja e luta, enfrenta os perigos e desafia a morte, pra depois, o tempo vencendo, virar num só traste velho, sem serventia pra nada. No fim, se lerdear, é só terra na cabeça do bicho.

o velho


Já foi contada ml vezes em outros livros, mas num custa repetir, causo que engraçada: O Alziro, muito ladino, acabou não sendo internado. No seu lugar dele, ficou o Totó, contido aos berros, pelos enfermeiros, com ajuda da camisa de força e levado trancafiado. Acontece que, muito familiarizado com hospícios e os seus trâmites, o Alziro usou do expediente de se adiantar e comunicar segregado aos enfermeiros que vinham em bandos, com camisa de força.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

PERSPETIVAS DE CARROS ELÉTRICOS


PERSPETIVAS DE CARROS ELÉTRICOS Conquanto o carro elétrico (ou a hidrogênio) pareça um meio de transporte racional -- econômica e ecologicamente falando – seu uso não acontece por um motivo simples: não é, tipicamente, um meio de transporte senão um objeto de luxo e ostentação para distinguir categorias de pessoas. Não é, definitivamente, o ideal de autonomia imaginado pelo usuário que deseja dar segurança à família ou então aparecer como forma de status social. Automóveis são construídos “as carradas” (desculpe o trocadilho) para permanecerem a maior parte do tempo parados no trânsito, nos estacionamentos ou em garagens por absoluta falta de usuários ou mesmo por impossibilidade física de uso simultâneo como acontece nos países industrializados (2 carros por habitante). O culto do automóvel agora que está atingindo a classes de baixa renda dos países em desenvolvimento que desejam participar tambem do sonho americano de consumo. Não chega a ser um meio eficaz de transporte visto que na maioria das vezes está parado ou transportando uma só pessoa.

TRANSPOTE É O 2º MAIOR CONSUMO


O segundo maior componente do consumo dos países industrializados é o transporte (34%), incluído o transporte individual. Como meio de transporte, entretanto, o automóvel é um modo caro e ineficiente: a maior parte do custo se refere aos opcionais de conforto e apenas parte energia consumida se transforma em energia útil, o restante é perdida em refrigeração e lubrificação do motor e dispositivos de conforto. É claro que o progressivo encarecimento das novas prospecções de petróleo em mar profundo e o maior custo das hidroelétricas das regiões de planície vai tornar competitiva a energia de outras fontes alternativas, liberando energia para fim de aquecimento e encorajando as pesquisas. Já são possíveis tecnologias que permitam o aproveitamento total da cana bem como a produção de combustível a partir da biomassa de floresta cultivada, cuja produtividade aumentou expressivamente com emprego da biotecnologia. Os países industrializados podem economizar energia de aquecimento, pois têm condições de adotar tecnologias mais eficientes. Afinal, detendo 70 por cento da energia gasta no mundo todo, tem mais onde cortar. Tambem dispõem de capital para bancar nucleares mais caras, no caso mais extremo. Por mais que economizem energia no uso final, entretanto, ainda continuam grandes consumidores: consomem mais energia de aquecimento que os países em desenvolvimento consomem em alimentação Ao contrário, os países em desenvolvimento, vão ter de produzir os seus próprios combustíveis e, sobretudo, os alimentos (grãos) para alguns países industrializados e emergentes. Em países tropicais o custo do aquecedor solar é cerca de um terço do equivalente ao suprimento por novas hidroelétricas e deveria ser subsidiado, tal como vem acontecendo no programa “energia para todos” e “irrigação noturna” que não requerem nenhum suprimento extra pela sua característica inerente

A queima direta do combustível é a forma natural


Petróleo e carvão são responsáveis por 92% da energia consumida nos países industrializados — os maiores consumidores — depois de terem esgotado todos os potenciais hidroelétricos. Países em desenvolvimento queimam petróleo e biomassa na produção e transporte de alimentos (30%). São os únicos a ter potenciais ainda inexplorados de hidroeletricidade, conquanto na quantidade reduzida de 700. 000 Mw. A queima direta do combustível é a forma natural e eficaz de produzir energia, especialmente para o fim precípuo de produzir aquecimento de residências, maior componente do consumo dos países industrializados de clima frio (58%). A queima direta do combustível não requer investimento e toda energia química contida no combustível é transformada quase integralmente, de acordo com o segundo princípio da termodinâmica. Nada impede, entretanto, que sejam utilizadas outras fontes de maior custo, como termonucleares para produzir aquecimento. Em outras aplicações, como o acionamento de máquinas e veículos a queima de combustível é ineficiente porque a maior parte da energia é perdida sob forma de calor e o rendimento da transformação, em termos de energia mecânica, é muito baixo.

O que importa reconhecer


O que importa reconhecer é que – independente da ideologia do governo de plantão – Os três programas alcançaram êxito bastante satisfatório até os dias de hoje: • O Sistema elétrico completou o ciclo de aproveitamento de todos os potenciais da Região Sudeste, com a colocação das duas últimas turbinas de Itaipu. • O programa do álcool atingiu a máxima substituição de gasolina com a fabricação dos carros “Flex.”, totalmente a álcool ou gasolina aditivada. • A Petrobras se firmou como empresa multinacional de eficiência reconhecida no mundo inteiro. Hoje cerca de 70% do capital estão em mãos de trabalhadores através do FGTS, investidores nacionais e estrangeiros, cujas ações, cotadas na bolsa de Nova York, valorizaram substancialmente. Hoje temos petróleo do “Pré-sal”: — Não é surpreendente? É o caso de questionar: • Porque não deixar as coisas seguirem seu curso natural ao invés de pegar de surpresa um congresso em crise de legitimação? • Qual a razão do açodamento no prazo 90 dias de um projeto que durou quase dois anos para ficar pronto, sem a nenhuma segurança acerca dos riscos inerentes a um processo inteiramente novo. • Que seja a Petrobrás a maior beneficiária na exploração, não temos dúvida alguma, mas daí retroceder ao velho e surrado nacionalismo dos anos 50 vai uma diferença muito grande: até parece aquele doido Bolivariano ameaçando. • Como impedir que outros sócios que acreditaram no sucesso da Petrobrás mantenham a participação original e que talvez não concordem com os propósitos e fins da companhia outra vez nacionalizada? • Como bons capitalistas alguns talvez aceitem de bom grado o “guarda chuva protetor” que governo oferece, outros nem tanto: afinal são sócios estrangeiros que podem não querer se comprometer com os propósitos nacionalistas de governos latino-americanos como aqueles que nacionalizaram empresas brasileiras como a própria Petrobras. Afinal já fizemos isso antes quando nacionalizamos as empresas canadenses do setor elétrico, se lembram? • Como fica a situação de todos os trabalhadores, cujos fundos de garantia não rendem nada, ou menos que nada? Permanecerão com suas aplicações desvalorizando eternamente? E outros sócios que não têm meios de completar sua cota, terão dividendos diluídos?

PEQUENO HISTÓRICO: SISTEMA ELETRICO, PETROBRAS E ETANOL


PEQUENO HISTÓRICO: SISTEMA ELETRICO, PETROBRAS E ETANOL Desde a criação da Petrobras nos idos de 50 – sob forte apelo nacionalista da campanha do “petróleo é nosso” – jamais imaginaríamos que o Brasil tivesse petróleo. No curto período de pouco mais de vinte anos implantamos – em cooperação com países industrializados – uma indústria automobilística exitosa sem ter petróleo, até sermos surpreendidos pelo primeiro choque em 1973, quando o preço do barril atingiu a marca de hoje: aproximadamente 70 dólares, que corresponde ao dobro do valor atual se considerar a desvalorização do dólar no período (2% em 35 anos ou 3% em 24). No mesmo período o país foi muito bem sucedido na implantação de um sistema elétrico quase perfeito, não fora a enorme dívida acumulada que levou a uma condição insustentável de comprometer mais de 50% das exportações, pela política dos juros altos imposta pelo governo Reagan. Não bastasse esse fato o país investiu pesado no programa do álcool, cujo acerto ficou definitivamente comprovado no final da década de 70. O país crescia a taxas surpreendentes de quase 14%, superando os “Tigres Asiáticos. Em seguida o Brasil entrou em uma fase de estagnação econômica com taxas de crescimento medíocre. Vieram os sucessivos planos heterodoxos que todos conhecem cujos detalhes não importa relatar aqui, nem seus autores. Somente após 94 o país conseguiu se firmar, depois de um processo de privatização de empresas do setor público que culminou com a extinção do monopólio e abertura do capital da Petrobras ao público, com ações em bolsa de valores, inclusive com participação de capital estrangeiro.

“Doença holandesa”


A tal “Doença holandesa” de que tanto falam atualmente já aconteceu muitas vezes na história do Brasil colonial — como expressa o recente discurso do senador Cristovam Buarque sobre os inúmeros ciclos da “borracha”, “cana de açúcar”, “mineração”, “café” — cujos benefícios reverteram apenas ao propósito de construção de edifícios suntuosos: teatro, igrejas, palacetes e edifícios, como expressão do poder dos senhores de engenho, barões da borracha e do café. A atual crise da economia globalizada guarda certa semelhança com a “maldição do petróleo” e pode ser atribuída à “febre consumista da era da modernidade”.

O NACIONALISMO DE VOLTA


O NACIONALISMO DE VOLTA As novas descobertas do Pré-sal vêm dando margem para o ressurgimento do velho nacionalismo que alimentou o imaginário do povo brasileiro na década de 50. Hoje vistas como “redenção da pobreza” vão servir muito mais como bandeira política, do que realmente geração de riqueza, diante da montanha de capital necessário à exploração. “Coincidência ou não, no mesmo dia do lançamento do pré-sal, começava em Londres o, digamos, pós-sal – campanha chamada 10:10, porque visa reduzir em 10% a emissão de gases -- cujo último fim fatalmente será o de um mundo com muito menos consumo de petróleo e derivados, sabidamente os principais vilões nessa história, seguidos pelo desmatamento” (Clovis Rossi, folha do dia 2/9/2009). Não é para criticar o pré-sal, ao contrário: mesmo que o petróleo tenha uma sobrevida de algumas décadas, o Brasil é um dos raros países, senão o único, com a imperdível oportunidade de usar os recursos (grana) provenientes de um combustível ‘sujo’, para desenvolver e/ou consolidar as alternativas ‘limpas’ que possui (álcool e potenciais hidroelétricos). “Ou então, usar o recurso combustível ‘sujo’ (em espécie) para acionamento de termoelétricas a gás que liberam energia limpa” e barata de hidroelétricas — nossa maior riqueza potencial — para acionamento de carros elétricos ou a hidrogênio? Se o preço do petróleo vai realmente subir, conforme esperam os técnicos da Petrobras, porque não esperar que isso aconteça primeiro, para depois explorar, deixando o petróleo bem guardado debaixo da terra e do mar? O quê, definitivamente, não é fácil de ser roubado. A “subutilização das reservas” ao longo do tempo é o equivalente em petróleo da subutilização (low profile) das hidroelétricas da Amazônia, ou seja, produção de gás, diesel e nafta na quantidade suficiente para atendimento do mercado interno. É o que parece mais sensato nestes tempos de petróleo barato, sem as complicadas manobras de “aumento de capital da Petrobras, emissão de títulos da dívida e pagamentos em barris fictícios do futuro, tal como o “negócio da China de 10 bilhões”, que nada têm a ver com a indústria do petróleo”.

energia elétrica é o nosso fator mais favorável


Como a energia elétrica é o nosso fator mais favorável, deve ser usado para impedir tais exportações. Por exemplo: na Amazônia, para produzir eletro intensivo e no Sudeste, para acionamento de carros elétricos. O álcool tem grande potencial exportador, tanto o combustível como 40 anos de experiência tecnológica. Só nos Estados Unidos a necessidade de adição é seis vezes a produção brasileira. O Brasil tem condição de se tornar o maior fornecedor de gado confinado, ou seja, exportador do boi já alimentado com o grão de origem. Indiretamente, os responsáveis pelas más condições ambientais são os importadores de carne e minérios brutos da Amazônia, impedindo que sejam processados aqui, de maneira mais eficiente. Se bens tecnológicos podem ter produção globalizada, o mesmo não acontece com bens primários, sem comprometer o meio ambiente. Portanto, limitar a exportação de carne e minério bruto da Amazônia, não apenas é um bom negócio, como é essencial para a sua preservação.

o “óbvio ululante”.


A segunda necessidade brasileira é garantir a produção de álcool para a para acionamento de carros e termoelétricas, alem da venda do combustível e experiência de fabricação para outros países. Para que tenha terra suficiente é preciso reduzir o rebanho de bovinos, tanto na Amazônia, quanto no cerrado. A redução do rebanho é possível, com a experiência brasileira de mais de 300 anos, que pode ser acelerada com a descrição recente do genoma do gado. Com isso, o Brasil pode se transformar em exportador de tecnologia de garrotes precoces (semem, reprodutores e matrizes). A engorda extensiva de bois é o maior responsável pela degradação de pastagens que já atinge a região Amazônica. Alem do pequeno valor agregado, exportação de carne por bois criados extensivamente significa perda de patrimônio. A exportação de matéria prima é um forte concorrente pela utilização de recursos escassos ou ambientalmente incorretos. Ora, tanto o cultivo de grãos quanto cana é uma atividade mais correta e lucrativa do que as anteriores. Logo, a providência mais sensata seria limitar o rebanho, produzindo carne de bois confinados e evitar o transporte de matéria prima, exportando produtos acabados de maior valor agregado. Globalmente a exportação de matéria prima não beneficia ninguém, concorre apenas para o agravamento das condições ambientais e maior utilização de recursos escassos: minério, grãos e carne. Minério e grãos exigem combustível no transporte de mercadorias pesadas para países que vão utilizá-los de modo ineficiente. Já a carne, incentiva a criação extensiva de gado, maior vilão das queimadas e concorrente do boi confinado. Isto é o “óbvio ululante”.

O QUE HA PARA O MOMENTO


No momento, o Brasil deve concentrar pesquisas em tecnologia de aproveitamento total da cana de açúcar e da biomassa de florestas cultivadas para produção de combustível líquido, como alternativa da queima direta do bagaço em antigas termoelétricas a vapor, verdadeira “reminiscência arqueológica” do industrialismo. Estas devem ser substituídas por termoelétricas combinadas (Candiota, Piratininga, e usinas de cogeração existentes nas usinas de açúcar e álcool) e o bagaço teria aplicação mais eficiente em “calor de processo” como a indústria cerâmica e de vidro.

NO NORTE , JUSTO O CONTRÁRIO


No Norte acontece justamente o contrário e a mesma estratégia não pode ser repetida, devido tambem ao relevo: Os reservatórios são caros e ambientalmente incorretos, pela elevada relação superfície/volume. O mesmo acontece com os equipamentos, turbina e gerador devido a baixa altura. Acresce ainda o fato de que as alturas precisarão ser reduzidas para não inundar mais do que as enchentes naturais, o que agrava ainda mais o custo dos equipamentos. Tanto no Norte como no Sudeste o país pode contar com enorme quantidade de energia de origem hidroelétrica para a produção de elementos estratégicos de grande valor econômico (Alumínio, estanho, hidrogênio, lítio), o que constitui um diferencial importante em relação aos países que precisam recorrer à energia mais dispendiosa de térmicas. O Brasil é um dos últimos detentores de potenciais hidráulicos e o que mais ganhou experiência na exploração de energia hidroelétrica na segunda metade do século passado. A eletrólise é uma das formas mais freqüentes de uso da energia elétrica, que permite o seu armazenamento na forma dos produtos por ela produzidos, especialmente aquela de origem hidráulica. O Lítio, por exemplo, é o elemento essencial para fabricação de baterias leves, cuja tecnologia já é utilizada em celulares e notebooks. O hidrogênio pode ser utilizado em células de combustível. Ambos são obtidos por meio da eletrólise e servem como fontes para acionamento de veículos elétricos.

O ARMAZENAMENTO DE ENERGIA


O armazenamento de energia por meio de grandes reservatórios de acumulação foi a estratégia bem sucedida para ter “energia garantida”. Mas os reservatórios atuais vêm perdendo progressivamente a capacidade de contribuir para a autoregulação e a construção de novos encontram fortes restrições sócio-ambientais. De forma que, a mesma estratégia não pode mais ser repetida nas novas usinas. Garantir energia nos períodos secos se tornou mais fácil nos dias de hoje com termoelétricas a gás de menor custo de capital. A utilização de reserva de “energia garantida” por termoelétrica é uma solução mais ecológica e mais barata por mais incrível que possa parecer: é eficaz porque o combustível (gás ou combustível líquido) por elas utilizado já é um estoque de energia potencial, disponível a qualquer tempo, independente de condições climáticas. O sistema elétrico brasileiro foi projetado no século passado, seguindo uma estratégia de sucesso que consistia no emprego de reservatórios de regularização plurianual aliado a usinas supermotorizadas, ambos de custo excepcionalmente baixo, graças ao relevo.

“Não há um futuro previsível


“Não há um futuro previsível para o qual se possa preparar algum país para enfrentar a globalização, que é um fenômeno recente” . A tecnologia, em sua permanente criatividade, levou de roldão a estabilidade cíclica dos sistemas simbólicos (arquiteturas puramente ideológicas)” (Marshall McLuhan). Foi a estratificação do industrialismo que criou a necessidade do planejamento. O planejamento foi mais um instrumento de imobilização da vida (desestimulação da criatividade) do que fator de reequilibração permanente. Os planos tinham por objetivo evitar a invenção. Velhos conceitos, puramente ideológicos: livre mercado, estatais, liberalismo, perderam totalmente o sentido com o fim das ideologias e o fim da história. A palavra de ordem agora é “cooperação espontânea”. Como planejar um futuro, vivendo dentro das mudanças, que são verdadeiras mutações acontecendo e das quais não damos conta no tumulto das mudanças profundas? A atual crise vem demonstrando que os países não têm poder de ação relativamente às suas empresas transnacionais, cujos interesses se encontram mais fora de seus países de origem. Até países em desenvolvimento estão criando suas empresas Multiestatais (parece uma heresia): a Petrobrás, por exemplo.

O CULTO DO PLANEJAMENTO


O desenvolvimento dos países industrializados de hoje aconteceu sob condições inteiramente diversas. Os conhecimentos da época eram escassos, de forma que, considerações de eficiência não eram relevantes (o problema não continha os clássicos limites das condições de contorno). As mudanças ocorriam em ciclos estáveis que cabiam dentro do prazo de vida de uma pessoa, no decorrer de um industrialismo, que durou cerca de 300 anos. Um exemplo: as locomotivas a lenha de 1950 eram verdadeiras fábricas ambulantes, devoradoras de lenha e a vapor, de rendimento baixíssimo para acionar pistões. Hoje, com as mudanças ocorrendo a ciclos cada vez menores, qualquer trabalho que leve mais de cinco anos, será obsoleto na publicação. Parafraseando Marshall McLuhan, o papa da comunicação, poderíamos dizer:

terça-feira, 16 de outubro de 2018

mais segurança operativa


O que realmente falta para o sistema elétrico do Sudeste ter mais segurança operativa são caminhos alternativos por onde a energia fluir em quantidades menores. Enquanto prevalecerem os corredores de transporte otimizado o sistema continuará inseguro. O suprimento de energia da maior cidade do Brasil produzida pela maior hidroelétrica do mundo, transportada em tensão mais elevada do mundo acabaria desembocando no maior problema operativo do mundo. Os tempos agora são outros: a duras penas o programa do álcool conseguiu êxito comprovado tanto para acionamento de veículos como termoelétricas. A Petrobras vem se firmando como empresa de grande experiência na exploração de petróleo tanto pela auto-suficiência como pelas novas descobertas do Pré-sal. Não há uma razão objetiva para que as termoelétricas não sejam usadas agora na complementação térmica do Sistema. HUGO SIQUEIRA Avenida Oscar Ornelas 157 Cabo Verde MG fone 035-37361355

O povo "esperavamm"


O povo "esperavamm" alguma coisa de importancia, considerada o solene do momento. Um manto espesso de silencio, cobria aqueles momentos de espera. De repente, uma extemporaneidade: -Meus concidadãos:..., a hora é grave. Uma afirmação foras de hora pra um momento muito prosaico. Alteou a vós, ao principio meio afônico, entr gutural e falsete, limpou rapidamente a garganta. A vó foi se impondo, ganhou confiança, prosseguiu emocionado com com as próprias palavras, quase engasgou com a própria saliva, tal o grau de emoção pura. Adquiriu um ar arrogante de estátua, a vós virando num falsete, praquilo que prometia um discurso prolongado de cerimônia: -Aquiecí em fazer parte desta ilustre comitiva, por estrito senso do dever para com o bnosso imperador. Jamais poderia me furtar ao dever: a patria nos chama: No-la podemos olvidar nesta hora gravíssima, nem tampouco vo-la podeis decepcionar! -Ques palavras bonitas! palavras machas, duma pessoa instruida! O povo já esperando que evinha peroração da longas. -Viva o Capitão Zé Vicente e o Capitão Vaduca. Viva ios heróis da Guerra do Paraguai! Retrucava o o Sô Pedro General, estimulado pela efervecencia do momento, querendo de esquentar os animos: -O paiz espera que cada um cumpra seu dever,quem for brasileiro que me siga! -Deo Gracias! Rezou o zéLouquinho.

HA MAIS CISAS ......Apporelly


Mas o risco dos sistemas majoritariamente hidroelétricos não depende do clima apenas nos aspectos de manutenção de “energia garantida”, mas dos acidentes que o clima pode produzir como furacões, raios e tempestades. Quanto maior a quantidade de caminhos alternativos, menor o risco de concentração de grandes blocos de energia em corredores exclusivos — cuja retirada reduz a capacidade de suprir a demanda pelo restante do sistema. A destinação do grande bloco de energia de Itaipu por corredor exclusivo de linhas de (extra) alta tensão pode ter sido um dos causadores do recente apagão, que teria sido evitado pelo acionamento de térmicas bem como pela existência de outros circuitos independentes de linhas em tensão mais modestas para subestações intermediárias: Bauru, Araraquara, Marimbondo, etc.

Há mais coisas no ar do que os aviões de carreira.


Em seu trabalho premiado “Energia para o desenvolvimento” de 1980 — no pleno auge do choque do petróleo — o professor Goldemberg já alertava sobre as conseqüências do elevado endividamento externo em razão da concentração dos empreendimentos hidroelétricos em obras de grande porte. “Recursos essenciais ao desenvolvimento dos países pobres estavam sendo transferido aos países industrializados”. Foi a época do “milagre econômico” e das “obras faraônicas” como Itaipu, Tucuruí, transamazônica e tantas outras obras muito criticadas pelo excesso de ufanismo.

“BELO MONTE de merda”


Há mais coisas no ar do que os aviões de carreira. Aporelli. O clima foi o fator determinante do superdimensionamento. O suprimento de energia elétrica não pode permanecer indefinidamente na dependência de uma fonte única, a hidroeletricidade, sem o grave inconveniente do superdimensionamento e perdendo, desta forma os enormes benefícios, para o sistema como um todo, da complementação e integração com outras fontes de energia. Após 50 anos de utilização de potenciais hidroelétricos, o sistema elétrico das regiões Sudeste e Sul fecha um ciclo de bons aproveitamentos. Nestas regiões, dos potenciais -- previstos pelo levantamento de inventário realizado pela Comissão Canadense Brasileira (CANAMBRA) – a quase totalidade foi concluída ou está em fase final de instalação das últimas unidades geradoras. Os reservatórios de regulação plurianual, Furnas, Itumbiara, foram definidos ha muito tempo, de forma que, o sistema não comporta mais intervenções desta natureza (aumentos de reservatórios). Hoje, após ter esgotado a quase totalidade dos potenciais disponíveis, o sistema elétrico está maduro para uma mudança de rumo: A fase térmica.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018


A comitiva de loucos: a viagem. Sair, sem mais, sairam. O maior trabalho que deu dar com toda aquela colondria de loucos em hospicios. O Jesué, manicado com loterias, havia descoberto um modo infalível de ganhar. Segundo os seus dizeres, um sistema: estava pra ficar riquíssimo, ia virar num milionario, quando tirasse a sorte grande.

Kyrie Eleison,... Cryste eleison!


O povo esperava alguma coisa de importancia, considerada o solene do momento. Um manto espesso de silencio, cobria aqueles momentos de espera. De repente, uma extemporaneidade: -Meus concidadãos:..., a hora é grave. Uma afirmação foras de hora pra um momento muito prosaico. Alteou a vós, ao principio meio afônico, entr gutural e falsete, limpou rapidamente a garganta. A vó foi se impondo, ganhou confiança, prosseguiu emocionado com com as próprias palavras, quase engasgou com a própria saliva, tal o grau de emoção pura. Adquiriu um ar arrogante de estátua, a vós virando num falsete, praquilo que prometia um discurso prolongado de cerimônia: -Aquiecí em fazer parte desta ilustre comitiva, por estrito senso do dever para com o bnosso imperador. Jamais poderia me furtar ao dever: a patria nos chama: No-la podemos olvidar nesta hora gravíssima, nem tampouco vo-la podeis decepcionar! -Ques palavras bonitas! palavras machas, duma pessoa instruida! O povo já esperando que evinha peroração da longas. -Viva o Capitão Zé Vicente e o Capitão Vaduca. Viva ios heróis da Guerra do Paraguai! Retrucava o o Sô Pedro General, estimulado pela efervecencia do momento, querendo de esquentar os animos: -O paiz espera que cada um cumpra seu dever,quem for brasileiro que me siga! -Deo Gracias! Rezou o zéLouquinho. O Sinésio retomou o discurso: - Com a permissão aqui do nosso comandante em chefe supremo, grão mestre de cavalarianos, guarda mor de Meirinhos, o Senhor Adejalma, a quem rendo as minhas homenagens, representando sua alteza imperial, sinto-me no dever de proferir e deixar aqui consignado as minhas recomendações, para o bom andamento dos trabalhos; aquiescí de fazer parte de tão ilustre comitiva, pelo proppósito de levar avante ingente tarefa a bom termo, esta nossa gloriosa expedição. Fi-lo, por que qui-lo, por estrito senso do cumprimento do dever e submissão a sua alteza real, o imperador de todos os Brasís. Não se deixem nuncar seduzir pela prosa facil desses republicanos: eles são portadores de falsas ideologias. Vamos lutar a boa causa, a boa luta, com dedicação e denodo. -O senhor José Louquinho fará aagora a leitura da ata, da ladainha e das orações de praxe. O Senhor Pedro General, vai expor aos senhores membros das cavaleiros da ordem terceira, os planos de nossa extratégia guerreira. Eia pois que vocês são ultimos representantes do poder imperial, não poderão se olvidar nunca de tão alta incumbencia, nem se deixar levar por ideologias alienigenas desses positivista e maçons. Não deixem intimidar guerreiros impávidos, colosso. Nesse intrim se adianta o sô Pedro general: -É isso mesmo gentem: "O verdadeiro soldado jamais foge a luta, os que forem barasileiros que mesigam. Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que aceito a incumbencia. Adiante: marche! Direita: volver! descansar: armas! Fez o silencio profundo, em sinal de respeito que o Zé Louquinho principiava a cantilena: -Oremus: Kyrie Eleison,... Cryste eleison! Pater coelis Dei?...Miserere nobis! Filis et spitituus Santus?...Miserere Nóbis! Santa Maria, virgo mater Dei?...Ora Pro Nobis! Santa virgo Virginei?... Mater Purissimae?... Virgo fidelis?...ora pro nobis! Sedes Sapientiae?...miserere Nobis! stela Matutina?...miserere Nobis! Regina pacis?...Ora pro Nobis! Agnus Dei qui tolis Pecata mundi?...Tende Piedade de nós! Deo Gracias! Oremus: "Salve Rainha, mãe da misericordia, esperança nossa, Salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva, a vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale de lagrimas; Eia pois advogada nossa,:esses olhos misericordiosos a nós volvei; e, depois desse desterro, mostrai-nos Jesus, bedito é o fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus: para que sejamos dignos das promessas de Crysto". Fechou a Biblia surrada, calou-se profundamente em sinal de respeito pela gravidade da hora presente. Esperava a adimiração de todos. -E viva o Antônio Conselheiro: nosso último monarquista. Viva o Padrinho Cícero Romão Baptista! O brasil e a coroa espera que cada um cumpra o seu dever. Retrucava o Sô Pedro General, cheio de orgulho fanático. Loucos varridos, tomados de ideologias ultrapassadas. -Fi-lo, fa-lo e escuto-lo! por profundo respeito às tradições imperiais. Jamais me poderia furtar ao cumprimento do dever e do chamado da patria monarquista! Neste momento solene, não poderia me olvidar do dever de atender ao chamado da patria amada imperial: Vamos com Deus e a liberdade, unidos com sua alteza o imperador de Portugal, Brasil e Algarves. Viva Dão Pedro II! é imperioso, que cada um de nós assuma a parte que lhe cabe nessa gloriosa expedição: "...É quando se sente bater no peito a heróica pancada,...que o academico se sente no dever de deixar a pagina virada, para ir a luta...". -Caros amigos de lutas inglórias: " O Homem deixa a vida pela luta, longos anos de trabalho. Quando chega a hora, que evem a morte incerta, é só terra na cabeça do bicho, e tenho dito!...". E completava funebre o Zé Louquinho: - Agora, ou bem vai os dentes, ou vai o queixo: "Alea jacta est!...".

A pátria nos chama!


O Totó ficou, não obstante o escarcéu: mais ele explicava, mais se confundia na pressa de fazer os guardas entenderem. O Totó esse, foi amanecer na fazenda do Fundão. Torou a pé mesmo, de Poços de Caldas, o chofer ficando incumbido de levar a notícia pro Galdino, irmão do tal. Mas, o Galdino disconfiou da mão: -Peraí, escuta uma coisa: qual que vocês internaram? foi o gordão, ou foi o magrinho? já estou dando pela coisa: Cadê o Alziro? -Quem ficou lá foi o magrinho, o serelepe. Nunca num imaginava que ele sesse louco. Falou o Ricardo , meio sem graça, de saber ter caído na esparrela do Alziro. -Agora, é que azangou a boca da égua! Vocês vão ter de voltar, pra aprender a não serem trouxas: cairam feito uns patos, o Alziro deu o quinau noceis tudo, cambada de bobos! Uma chuva fina, ridica de tudo, vasqueira: temporona. O maior trabalho que deu juntar a colondria de loucos. UM lavarinto na cabeça, uma latomia, os moleques azucrinando a idéis dos coitados, em antes de principiar a viagem. -Contudo as peripécias, ainda saimos cavaleiros, cabeceira de tudo. Acalmava o Adejalma. -Pança de angu, largato escadeirado! sai daí, bunda de marimbondo! O Gordurinha reminando com os moleques, o Sinésio, exortando os loucos com seu discurso barroco: -Cartas são papéis, palavras levam o vento.Sai da frente, espelho de tripa, sai do caminho, jacá de toicinho!Mas o Totó não era louco nem nada, senão que um senhor aprumadinho, meio prosaico de antigo, mas de avançada idade, meio achacado de antigos incômodos, como se diz: meio entrado em anos, com seus muitos janeiros às costas. Outrora encontradiço, agora levando um sumiço grande. Rotundo e sorumbático, meio soturno e distante, pontificava nas esquinas, nas farmacias e portas de venda, num discurso agressivo, depois das quantas, fatalista. Esperançava. Falando sempre do progresso: positivista. Principiou de cair os dentes, depois eveio uma cirutgia de calculos renais, e vesicula biliar, os seus diverticulos e eos incomodos daidade avançada, macacoas, ovas e lumbago. Artrites e esporões. As veias das pernas entupidas, produzia um caminhar claudicante, medidos os pequenos passos, vacilante, meio marcando o compasso. Cabeça erguida, numa postura automática de cuco de relógio, forçada pra aparentar equilibrio, pontual, rigido em escesso. O terninho de brim caqui, cheio de bolsos como um soldado, corretissimo, um libré de culete, com relogio Roskof Patent,, correntinha de ouro trespassante, o palitosinho juso e de botinas de cordão: um bonequinho de de relogio de caixinha de musica. Aprumadinho tdo todo,, muito prosaico de antigo. Um senhorzinho de meia idade, quase um sexagenario,um pouso opinioso : deu pra manicar com horas, exibindo o relogio sem precisar de necessidade. Tambem preocupado com o tempo fisico, falando de sol e céu, de seca e chuva. Comentava os novos incômodos: sua propriedade privada dele. Sentia ainda alguma vibração: sonhava com amores carnais impossiveis, improvaveis naquela avançada idade. Podia se dize: decrépito.Uma profunda intimidade com remedios, receitava: garrafadas e os chá milagrosos, pra levantar o moral viril do homem, encasquetou com isso. Ficou solene e saudoso. O raciocinio lennto e lerdo, os esquecimentos bêstas. A tudo, questionava monotonamente: Ahn! os tropeços da idade. Mas aí, o Sinesio sentiu pesar a gravidade da hora, consoante que dizia no seu estilo arcadico, parnasiano. Cabia a ele, como homem de letras, o uso da palavra: -Não posso me furtar ao dever de admoestá-los. A pátria nos chama!

Dirigia veiculos imaginarios


Inventava a maquina do tempo. Dirigia veiculos imaginarios. O Tonho do Dorico mandou eu fazer a conta dos balaios que cabe numa carreta cheia de milho. O sonho, ele é um pensamento separado, de outra parte da cabeça. Tres horas dum domingo sonolento, o sol de rebentar mamono, a rua da corrutela vazia de vivalmas. O Jorge braite, na sua indumentaria antiquada, é que fazia discretamente o serviço da entrega daqueles envelopes de tarja preta, amunciando velórios. Convidava cortesmente, como manda o figurino e a ocasião, o povo pros funerais do coronel. No cemitério, dava pra escutar as moscas da barriga verde azulada, voejando as varejeiras pelas frestas do chão, um cheiro de sepulcro, odores estranhos. Nem um movimento, como sóe, só tilintar, das placas dos mortos indigentes, um ruido de silencios comovedores. Só o Redemunho, o povo recolhido as suas casas, entregue aos seus afazerezinhos diarios, do banal da vida de interior. Aquele, um lugar de muito misterio, um descampado dum espigão pedregoso, atravessando por grandes salões de florestas encantadas, lugares cheios de dignidade e misterios.um cheiro de mato fresco dos restos sarapilheira do chão macio da floresta, coberta de musgos bromelias e gravatás. Da onça, não restava mais que sua dignidade de bicho fera, exposta ao povo, humilhada, amarrados seus pares de pés, conduzida por dois pinducas espertos, em ombros, o pau deatravessad, vergava ao peso de sua dignidade. Avaliavam tamanhos e pelos. Mediam e calculavam o couro, puchada pelos bigodes, ainda mostrava ferocidade pelas presas a mostra. na hora de internar o Alziro se adiantou, conhecedor profundo dos assuntos burocráticos de manicômio, sussurando nos ouvidos do enfermeiro, as mãos em concha segredando: -O louco pra internar é aquele magrinho no banco de trais, vê só a cara de triste do homem, deu pra inventar da cabeça dele, que todos estão loucos. Na certa vai dizer que o louco sou eu: não dá trela não, que é muito ladino, apesar de doido. Não dá confiança pras prosas dele não, que vai d9zer e jurar de pés juntos que sou eu o louco pra internar.

Deu de encasquetar com numeros místicos. Duma veis ficou tempos mancado com o nove e o seis. Acontece que escrevia tanto que as veses saia de cabeça pra baixo mesmo, pra aproveitar espaço no borrador. O seis virava nove e vice versa. Imaginou um brinquedinho: com um prego fixou uma regua na parede. Num canto prendeu um nove, riscado no papelão, no outro um seis, girava. O nove virava seis a cada meia volta, e o seis, nove. Mostrava radiante da, descoberta, a maquininha de moto perpétuo. —Olha gentes: o moto contínuo! e imprimia um embalo no movimento giratorio na regua. Explicava: o nove é maior, pesa mais. Quando chega em cima vira seis, e o seis vira num nove. Num para. Vivia caçando maquinas impossiveis, motores tocados per geradores acoplados que acionavam os proprios motores, num giro infinito sem gastar enenrgia. Achava que se esforçasse acabava descobrindo o moto perpétuo. O único numero pequeno que gostava era o zero, para exprimir importancias grandes depois do ultimo. —Vigia só a minha riqueza incalculavel: novecentos e noventa e nove, noves fora, nada! errado: principia de novo... —Zero, zero, zero..., zero cento e zerenta e zero, que bonito! mas isso não é numero, são apenas declarações de vazio: nulidades, nulidades, são ocos de pau, olhos de bicho no escuro, no mato. Agora eram reticencias, depois pontos, monotonamente. —Agora estou rico, ninguem vai poder comigo! quero ver quem a cara dos Magalhães! tira, vá..., tira o meu cartório, se vocês tem competencia. De primeiro, eram quebra-cabeças. Ficava horas e horas até altas horas rabiscando folhas e folhas dos cadernos das crianças, na busca de problemas impossiveis: tres casinha, alimentadas de luz agua e telefone, não podia cruzar os riscos. Ia tudo muito bem até faltar uma ligação, ficava louco, começa de novo. Diacho! Depois foi a teima com os numeros da loteria. Imaginava um segredo, pra cercar o rtesultado, jogando uma quantidade de numeros chave, atravé de combinações adequadas . —Paciencia que vai dar certo! com isso imaginando que poderia aumentar a probabilidade de ganhar no jogo. Não que imaginase certeza plena, absoluta, que era louco, mas nem tanto. Sua inteligencia ainda funcionava, sabia a certeza impossível. Mas acreditava que tanto mais pensasse, mais enchese resmas e resmas de papel com cálculos mais aumentava a probabilidade: uma extranha relação de causa e efeito processando dentro de sua cabeça alucinada. Mais dia menos dia acabava acertando.

E FAZ E ACONTECE


E faz e acontece,que as pressões estavam aumentando: estava em jogo o prestígio dos coronéis.Algo tinha de ser feito pra por um paradeiro na petulancia do Jesué. De nada adiantava as picuinhas, a todos ele vencia com sua perspicacia, um jogo de muita astucia e paciencia. Foi ficando isolado, os chefes fazendo intriga, mexendo os pauzinhos no estadual e no federal, donde dependia sua remoção. Foi baixo! o Jesué um espinho, abalava o prestigio dos Coronéis. Dizia: —Daqui num saio nem a poder de reza brava, nem a muque: só morto e carregado. De conversa muito placiano, tinha lá suas simpatias: manso, de gestos maneiros, tinha um sesso de rir pra dentro, em grunhidos de porco, e chupar os dentes assoviando, a boca entreaberta. Quando assim, podia contar(saber): estava ruminando alguma idéia ruim dentro da cabeça la dele, os gestos impacientes, denunciadores duma posição defensiva, de fera acuada. Era aí, aonde que revelava o genio ruim dos figueiredos, teimoso como uma mula estirada, brabos como eles, nunca que num enjeitava uma parada. Por pior que fosse o frégi, escorava. Tinha a valentia e o dilurimento dos Figueiredos da Divisa. No entanto a cor de cobre escuro, era parente por parte de mãe, do povo dos Vieira, gente do Custodinho do Campestre. Era desses uns que evinha parte da proteção politica, pra se defender das intrigas dos Coronéis, do Major e o seu filho dele, o Dr filadelfo, do povo dos Ornelas e dos Magalhães, tudo gente coleada pra tirar as suas garantias . Andava coleado com esse povo do engenho de açucar, Coronéis tambem de despropósito de riquezas e prestigio. Pois foi dessas implicancia e de um fato muito singular que principiaram de aparecer os primeiros sinais de fraqueza de idéia, que acabaria levando o Jesué pro Hospicio de Itapira, trancafiado: Principiou de interessar pelo jogo de loterias. Primeiro foi aquela fixação com números: enchia resmas de papel com numeros minusculos representando probabilidades, formando ternos e quadras, procurando de cercar o milhar. Depois passando a limpo no livro comprido de assentamento de conta de armazem, uma espécie de borrador. Os numros foram crescendo a medida que foram crescendo as certezas, tanto no tamanho da escrita quanto no valor próprio representado. Megalomanias: grandes garranchos enormes de noves, oitos e setes. Nos muros, rabiscados a gis, e carvão. Numeros maximos, de muitos algarismos, de muitos noves seguidos: —Novecentos e noventa e nove milhões de milhares, centenares de noves, novenares de novilhões de contos de réis. Agora virei num milionario, novelhonario. A milhar está cercada, vou tirar a sorte grande.

junta a fome com a falta de comer


Você não acha que tem dia que parece que o diabo anda solto, como que no meio do redemunho. Ele andava com o diabo no corpo que nem lobisomem em noite de sesta santa de lua cheia, quase a pino, um ar de magia excessivamente clara, o tempo limpo sem atmosfera. entoou uma cantiga sem nexo, um homem especula e abelhudo. Deu o quinau nele: pança de angu. largato escadeirado, sai bunda de marimbondo! Uma chuva fina, vasqueira, ridica de tudo: chuva temporona. São os eternos esperançosos que dão força e valor a vida: os demais tem uma cortina espessa de tristeza cobrindo os olhos e o coração. É preciso de qualquer jeito acreditar nalguma coisa ainda que racionalmente impossivel. Só a certeza do inevitavel da morte certa, nos torna capazes de viver. revela preguiça ou incapacidade , viver a vida real. A veneração pelo incorruptível, criação infantil inaccessível, do distante. Revela o desejo incontido de que outros realizem seu desejo. Estão na maior parte pedindo a Deus que alguem tome decisão por eles. Na verdade é como projetar um sistema do tamnho da nossa preguiça. Por tomar decisãoes e enfrentar as dificuldades do real, um medo de serem responsaveis por seus riscos de serem responsaveis por sua liberdade. Que saibam não tratar-se de denuncia, senão que o enunciado duma proposição matematica, quase contabil. Que a doideira da menina, sendo mais a fome do que a falta do que comer, uma é que :do jeito que os grande passa, os pequenos tamem passa, nenhuma janelinha está aberta pra alguem na hora da correria.

a política com P minúsculo


Gostava de política, da alta e da baixa, tinha percepção aguda do pensamento do zé povinho, sabia prever um resultado. Na política infernava a vida dos mandões da política, dos coronéis, os cujos ficavam putos dentro da roupa de não ter ele como aliado: um inimigo indesejavel, por importantes que fossem. Prestativo e muito infomado, tinha la seus seguidores, fazia escola.A idéia dele nunca que batia com a dos chefes, uma especie de zanga sabão, sempre do contra,uma esoecie de anarquista.Detestava o senso comum, muito original, o pensamento dele muito diferente dos outros, da maioria, muito avançado pra época.Desacatava os coronéis expondo-os ao ridículo, chamando de ingnorantes, sem a cerimônia nenhuma. Lia muito uns livros estranhos sobre comunismo, escutava radio da China até altas horas. por isso despertava uma ojeriza dos mandantes da política, desfazendo os seus arranjos deles. Com tudo isso foi granjeando inimigos, garrou com mania de perseguição, principalmente os juizes, os promotores, e os adevogados do forum.Não aceitava opinião de ninguem, instruido que seje.mesmo os considerados importantes pelos cargos, pelo poder e pela riqueza, formados que seje, não deixava ninguem por a mão na sua cabeça dele.Não tinha papas na língua, falava o que vinha na cabeça, nada fazendo mudar de opinião: um teimoso, embirrado tinha suas idéias próprias dele. Teimoso como um jumento, não hesitava em por no ridículo, quem quer que seje, importantes que fossem na política os atingidos, por cargos, ou poderes que detivessem. Principiaram de impricar.Perseguiam, tentando tirar o que tinha de mais importante: o cartorio e o cargo de escrivão do crime. Tinha capa, era meio parente dos Vieira, que coitava ele, e duma gente dos figueiredo da Divisa, um povo muito rico, coleados com os carecas, da política do Cabo Verde.Mas foi baixo! até na política era ferrabras. Muito perspicaz, enrolava a todos, sabia mexer os pauzinhos no estadual, seje juiz, promotor ou presidente do conselho. Tinha tambem seus padrinhos, la de cima na politica, sabia bem elaborar os seus arrazoados em sua própria defeza dele. Por mais que perseguissem, afastando temporariamente do cargo, ele sempre retornava por arte de alguma astúcia tramada ou proteção de político influente, que no assunto de leis era entendido, lia o Minas diariamente, redigindo os seus arrazoados e requerimentos de alguma licença premio, salvadora, mesmo não sendo formado em leis. Por uns meses dava descanso pros políticos, mas ficava maquinando, neste interim.

—Conheceu ventania?


—Conheceu ventania? —Tive lá. — São Tomé das letras? —Conheci, passei uns tempos. —E Barbacena? —Passei perto. —E Conceição dos ouros —Conhecí bem. —Conhece Juqueri? —Vorta diabo, sartei de banda! —Conhece Itapira e Campinas? —De longe, conheço de vista. Se era lugar de manicomio, a lembraança dos maus tratos, fazia esquecer depressa, ele logo disfarçava, negaceava: —Faz um tempão danado, quase que num alembro. Passei perto, mas num recordo. Conheço de vista, etc e tal. Sempre encontrava meio de manter afastado da memória, os sofrimentos passados em casa de loucos. Só o Tiatonho tinha coisas pra vender, ficava louco de tudo pra tender os freguezes. Foi perdendo a paciencia, amiudaram os ataques, perdeu as estribeiras . Logo virava em louco imprevisível, por fim a camisa de força. desintendia aquela coisa, mais possesso ficava dentro da roupa. Não dormia mais, levantava com as galinhas, de madrugadinha e saia correndo atraz de nada. Só negócios. Principiou de gaguejar e trocar as letras e palavras. Por fim, só reticencias..., dois pontos, monotonamente. girou. endoidou de vez.

Idéias dissolvidas


Aí se deu então de acontecer os primeiros sinais da perca do juizo,as falhas de lembrança, num recordava mais o lugar coisa e das contas, pagava duas veses, um delirio de repetição, os outros se aproveitando de sua fraqueza. Os esquecimentos bestas, principiou de ouvir voses interiores, dialogango consigo próprio, falando sozinho, murmurava. Aí desandou no primeiro acesso de delírio. Vendeu tudo uma verdadeira fortuna, garrou de queimar dinheiro e jogar fora. Era um grandalhão estabanado, meio capenga, o corpo desgovernado: cabeça na frente, as pernas ficavam, como se outro corpo, depois embalava, num balangado esquisito. A linguagem cativante, mas não dizia coisa com coisa, muito placiana, aos gritos rompante, uma largueza exorbitada, espaçoso de tudo: —Pança de angu, largato escadeirado. Boca de chupar ovo, testa de amolar machado. Naris de cheirar peido. Chegada a hora de internar, vestiram a camisa das mangas longuís-simas, como quem veste pijama, as mangas dando voltas rodiando o corpo lhe parecia a ele de brinquedo. Ficava varrido tinha de imobilizar que até avançava de unhas e dente, investia que nem vaca braba. Que nem que o Bip, dirigia uma moto, vinha de longe manobrando, engantando as marchas direiti-nho, espumava o canto da boca, vermelho feito peru, do esforço em demasia. Passou em muitas casas de louco apanhou medo de dar dó: Itapira Bar-bacena, Juqueri, Campinas. Voltava ficava bom por uns tempos retornava, Panhou medo de manicômio: uma triste lembrança do chá da meia noite, Pegou tambem mania de conhecer cidades, de viajado que era, tinha orgulho do conhecimento extenso.De todas a d cidades, respondia o nome prontamente, a visinhança, só que por malícia algumas omitia:

—peidou garapa, peidou dereito!


Foi ajuntando animais, não cabia mais no pastinho: teve de arrendar. A notícia corria solta: ele comprava de tudo. Gente apertada por causo de diudas, procurava o Tiatonho. Ele, com as mãos cheias de mercadoria, mostrava pouco interesse, não por astucia nenhuma nada, apanhava criação na bacia das almas, apurava um dinheirão. Fazia negócio no estalo, tinha peito ou porque não atinava com o verdadeiro valor das coisas. Surprendia o vendedor já quase disacursuado do negócio. Nunca que num deixava uma rês sem oferta, pra não ofender, não trazer malquerença. O outro apertado acabava dispondo, por necessidade. Ficou sendo o comprador único, todos procuravam, que sabia o modo dele: não era embuchado, desempatava negócio. Muito placiano, principiou de prosperar e num dar conta do que tinha: teve de arranjar um guarda livro. Analfabeto de pai e mãe, num trazia nada assentado: tudo de cabeça, principiou de embaralhar as coisas. Acabou ficando melhor, que os outros tinham a impressão de estar tapeando o coitado e a réstea, ele que ficava cabeceira. Era afável, placiano até, como tem precisão e carece no ramo de breganhista. Um sujeito muito despachado, eles gostava do tipo. As veses mostrava uma cara de bravo, pra mostrar que serio nos negócios, mas só de mamparra, prosápia só, ratos de onça, que nunca fez mal pra ninguem, nunca que num bateu numa criança, nem judiou de criação, num fazia mal prum passarinho, que seje. Soava bem suas bravatas, ganhou confiança, pagava em dia os compromissos. Nunca que arrependia dum negócio, mesmo que mal feito, sustentava, nem que a poder de grande prejuizo. Essa a fama dele. Cria fama, deita na cama, como lá diz. Prosperou, melhorou de vida. Cara de bravo que nada, só bravatas, uma exorbitancia de espalhafato: gestos largos, um ar de displicencia, não fazia questã de mixaria, mingueras. O sorriso arreganhado, mostra os dentes: todos de ouro recapados pra mostrar riqueza, o verdadeiro boca de ouro. Ralava os dentes quando começou de dar os primeiros sinais de demencia. cerrava fortemente os dentes, que ninguem não conseguia abrir, nem a poder de reza brava, quando alheado, em convulsão. Ficava gira e espumava o canto da boca, babava de raiva e gritava chavões. —peidou garapa, peidou dereito! mas quando andava bom da cabeça, vivia acompanhado duma colondria de desocupados, marreteiros de pequenos negócios, comissões insignificantes, umas grojas, quando não, intermediando negócios pela comida nos bares, e pelo simples prazer de ver ele fazer negócio, por indicação, uma rebarbas. Comprou terras adoidado, ampliou os negócios de gado muito, até num dar conta, estava rico. Mas nada ficava escriturado. Foi aí que começou a perder a noção exata do andamento das coisas. Não dava conta de saber de tudo que tinha. Virou confusão, um verdadeiro cu de boi, as coisas tudo espandongada pra todo lado, sem relacionamento, o povo principiaram de aproveitar da situação. Alguem tinha que tomar conta das coisas, o volume muito grande de negócios, mas por incrível que pareça, ainda ganhava rios de dinheiro. Alguem para relacionar, assentar em cardenetas, fazer apontamentos: um guarda-livros, o certo era esse. Sem cautelas nenhuma ia comprando. Principiou de separar e colecional objetos, garrou de panhar amor nas bugigangas: um jacá de canivetes enferrujados, faquinhas, garruchas, balaio de espingardas, relogios: de alqueire misturados a despertadores imprestaveis. Foram ficando escassos os objetos de trama, os disponiveis empoçando na mão dele. Aí que principiaram de ganhar valor os objetos e os seus pertences como zarreios, qualheiras, chinchas, futricas, quinquilharias, caixas de botões, pregos velhos Ele sempre ganhando nas tramas: um misterio sem explicação, ia ver, os objetos na mão do Tiatonho. Ficavam todos num cômodo grande, especie de venda, de comercio de verdade. Pra achar as mercadorias um assunto dificultoso, que tinha que andar por cima das mercadorias, só ele sabia o paradeiros das coisas, sua memória infalível. Mas principiou de fraquejar, os seus primeiros esquecimentos, lerdeza. Comprava estoques, fundos de negócio, liquidações, arremates de leilão e salvados de incendio e de massa falida.