O Totó ficou, não obstante o escarcéu: mais ele explicava, mais se confundia na pressa de fazer os guardas entenderem. O Totó esse, foi amanecer na fazenda do Fundão. Torou a pé mesmo, de Poços de Caldas, o chofer ficando incumbido de levar a notícia pro Galdino, irmão do tal. Mas, o Galdino disconfiou da mão:
-Peraí, escuta uma coisa: qual que vocês internaram? foi o gordão, ou foi o magrinho? já estou dando pela coisa: Cadê o Alziro?
-Quem ficou lá foi o magrinho, o serelepe. Nunca num imaginava que ele sesse louco. Falou o Ricardo , meio sem graça, de saber ter caído na esparrela do Alziro.
-Agora, é que azangou a boca da égua! Vocês vão ter de voltar, pra aprender a não serem trouxas: cairam feito uns patos, o Alziro deu o quinau noceis tudo, cambada de bobos!
Uma chuva fina, ridica de tudo, vasqueira: temporona. O maior trabalho que deu juntar a colondria de loucos. UM lavarinto na cabeça, uma latomia, os moleques azucrinando a idéis dos coitados, em antes de principiar a viagem.
-Contudo as peripécias, ainda saimos cavaleiros, cabeceira de tudo. Acalmava o Adejalma.
-Pança de angu, largato escadeirado! sai daí, bunda de marimbondo! O Gordurinha reminando com os moleques, o Sinésio, exortando os loucos com seu discurso barroco: -Cartas são papéis, palavras levam o vento.Sai da frente, espelho de tripa, sai do caminho, jacá de toicinho!Mas o Totó não era louco nem nada, senão que um senhor aprumadinho, meio prosaico de antigo, mas de avançada idade, meio achacado de antigos incômodos, como se diz: meio entrado em anos, com seus muitos janeiros às costas. Outrora encontradiço, agora levando um sumiço grande. Rotundo e sorumbático, meio soturno e distante, pontificava nas esquinas, nas farmacias e portas de venda, num discurso agressivo, depois das quantas, fatalista. Esperançava. Falando sempre do progresso: positivista. Principiou de cair os dentes, depois eveio uma cirutgia de calculos renais, e vesicula biliar, os seus diverticulos e eos incomodos daidade avançada, macacoas, ovas e lumbago. Artrites e esporões. As veias das pernas entupidas, produzia um caminhar claudicante, medidos os pequenos passos, vacilante, meio marcando o compasso. Cabeça erguida, numa postura automática de cuco de relógio, forçada pra aparentar equilibrio, pontual, rigido em escesso. O terninho de brim caqui, cheio de bolsos como um soldado, corretissimo, um libré de culete, com relogio Roskof Patent,, correntinha de ouro trespassante, o palitosinho juso e de botinas de cordão: um bonequinho de de relogio de caixinha de musica. Aprumadinho tdo todo,, muito prosaico de antigo. Um senhorzinho de meia idade, quase um sexagenario,um pouso opinioso : deu pra manicar com horas, exibindo o relogio sem precisar de necessidade. Tambem preocupado com o tempo fisico, falando de sol e céu, de seca e chuva. Comentava os novos incômodos: sua propriedade privada dele. Sentia ainda alguma vibração: sonhava com amores carnais impossiveis, improvaveis naquela avançada idade. Podia se dize: decrépito.Uma profunda intimidade com remedios, receitava: garrafadas e os chá milagrosos, pra levantar o moral viril do homem, encasquetou com isso. Ficou solene e saudoso. O raciocinio lennto e lerdo, os esquecimentos bêstas. A tudo, questionava monotonamente: Ahn! os tropeços da idade. Mas aí, o Sinesio sentiu pesar a gravidade da hora, consoante que dizia no seu estilo arcadico, parnasiano. Cabia a ele, como homem de letras, o uso da palavra:
-Não posso me furtar ao dever de admoestá-los. A pátria nos chama!