A historia dum moço muito branco, branquíssimo, loiro, quase albino, os olhos de vidro, como de bonecas. Nele, tudo se renova, instantaneamente, nada fica velho: os dentes, unhas, cabelo, a pele glabra, nada que fica mais velho, imprestavel. Fala pouca de opiniões precisas, susurra, um fino de vós de falsete, nem masculino nem de mulher, branda. Vindo de outro lugar, a raça sua dele se acabando. Precisa deixar descendencia, ou levar algum alguem com ele para experiencias, velhos que seje, ele os renova e nunca que deixa morrer. O tempo não passa, dura enormidade. Tem uma fosforecencia um brilho, só luz. O povo principiam de adorá-lo de manso que é: moças, velhos, até homens não tem vergonha de ter um bem querer. Tudo que toca sara o incômodo. Ele cura: de perto, pondo a mão; de longe: pensando as feridas. Adivinha pensamento e o que vai acontecer. Prevê calamidades. Sonha, seu sonha vira em realidade. Vira num culto de poder, as pesoas num querendo de deixar sua presença. Mas o pensamento avoa longe, as vistas no cèu distante, num lugar definido. Descobre riquezas e pedras de rubí, pedra dágua aonde que tem escondido visões de grande beleza, ouro enterrado, pelo sentimento e pelo faro, navios naufragados. Entra dentro dagua e respira pela pele: não molha. Fica horas dentro dagua sem respirar, até dorme dentro, volta com achados. Se quer, dorme um mês sem parar, mas nunca que fica cansado e quase não tem fome: come cascas de arvores e chupa resinas de pau. Dentro dagua, a outros parece morto, mas o corpo quente quando sai, os insetos não pousam nele. Se pousam, alvoroçam e saem desesperados feito loucos, em voo cego sem destino: ficam pegajosos. Organiza planos de volta, leva velhos loucos imprestaveis, condenados de cadeia e de doenças incuraveis. Assim como veio, vai, em nuvens douradas, brisas calmas, o povo ficam tristes da perda. Sai em carruagens de papai Noel, naves silenciosas. Faz chover