De seu, tinha pouco, uns andrajos: um cachorro sarnento por companhia,
passava a pão e agua: o mais forte, uma sopa
de inhame, coisa sem sustancia. Carne, nem pra remedio. De galinha então, só quando um dos dois estava doente. Vivia no escuro, a luz de lamparina, umas candeia escura, cheia de picumã. Dormia com as galinhas: antes do galo cantar,
já estava tirando leite, enrolado num cobertor surrado, enterradas as canelas no barro do curralzinho, até o joelho. Dali,
tirava uma tarefa de cinco varas duma roça de milho tiguera, dum chão pedregoso,
em antes de fazer o magro almocinho, o feijão fervendo na panela de ferro. De longe, o ruido metálico da enxada sem corte, tirando fogo nas pedras redondas. Deixava a casa escancarada, pra todo mundo ter idéia que o dono por perto: ladino que só.