segunda-feira, 17 de setembro de 2018

"Se eu como serraia, se eu num como ocê ralha."


Pois agora gentes, vossas senhorias podem ir se preparando pro pior. Afora as circunstancias desagradaveis da viagem longa, agora vai ser diferente: Agora é diferente : a comida é coletiva, um horror. nos coxos,igual animal, conquanto de inox,higiênica, cheia de remedios. O formol pro corpo vem aos poucos, em rações diarias de doses de pequenas mortes consecutivas. A comida, constantemente reaquecida, oxidada, caldo de bacterias mortas, semivivas, remontada de acrescimos, remexida, pasteurizada, pelos contínuos quentes-frios. Nos coxos, é servida aos jorros, sem o nenhum respeito, desmontada, remontada, liquidificada. Arrasada, os sabores indefinidos, multiplos, inaturais, sem predominancia, muito socializada, igual pra todos, uma lavagem pra porcos de confinamento. A morte lenta, veneno programado, o conservante da morte. Nos panelões, coletiva, remexida, reaproveitada, econômica; líquida, que nem dos porcos, sensaborona, retornada daquele mesmo reservatorio comum, sempre bulida fuçada pelas mesmas conchas e espumadeira, revolvida para aflorar as melhores partes, escolhidas, restando apenas um caldo indefinido, sem origem clara, composto, não individual: "Num pesca não meu irmão, vai pela sorte, senão me deixa só o caldo". Que coisa horrível meu Deus!