quinta-feira, 21 de setembro de 2017

O Sinésio, meio prosaico de antigo


Aves inquietas. Os jovens: eles vem eles vão, como os passaros, são aves de arribação. Em debandada trovejam ao menor buliço, arremetem; não de medo, senão que de inquietação. Pousam em qualquer lugar, aos bandos: vão chegando aos pares, singulares,de repente multidão em alvoroço, o caos estrepitoso. Se aninham. Ali ficam arrulhando buliçosos, batem azaz afugentam tristezas, brincam. Calmos, sem nenhuma ordem, formam novos pousos inesperados; ficam, depois vão como vieram, do nada, sem aviso prévio. Arremetem. A alegria intensa. Quase sem necessidade. Que pensam? quase não pensam. Liberdade. Ser livre mas ao mesmo tempo ser obrigado a fazer opções, que é o que cansa. Dificil. É assumir a responsabilidade pelo que fizer: certo ou errdo. É criar constantemente a própria essencia individual. O Homem, ele está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio e no entanto livre, porque uma vez lançado no mundo, é responsavel por tudo que fizer. Ele tem de escolher naquilo que está próximo, por o mais já estar determinado, como fazendo parte de um universo maior.. —Campeia a zagaia Nestaldo, esse o nome do Pinduca. Pode que num dá tempo de trocar os cartuchos. Aí ó! nóis tamos nhambados: estamos no cu da perua. Na unha dela a malvada! Descrição de tipo. O Sinésio num era bem dizer um louco, mas um homem ultrapassado, meio prosaico de antigo, no ar e nos trajes. Não percebia a passagem do tempo, tinha la suas teorias a respeito da Política. Em plena fase republicana, o posotivismo ganhando a preferencia dos mais avançados, ele era monaquista. Presidente o Dr Artur Bernardes e presidente do estado o dr Antonio Carlos de Andrada gente dos Andradae Silva, secretario de justiça, o Coronel João Alberto, ele vivia como se estivesse na monarquia. Defensor de D. Pedro segunda e da familia imperial, tinha um respeito doentio pelos simbolos do poder, contra a abolição da escravatura. Seus discursos barrocos, da época parnasiana, ainda cheio dos dizeres monarquistas. Quando viu a situação dos loucos, iniciou a sua peroração."Sabia que num ia dar certo, esses republicanos não sabem de nada mesmo, são uns barbaros: onde já se viu levantarem barricadas contra a figura excelsa do imperador, que foi escolhido governante por uma questã de direito natural? é uma excrecencia: onde nós estamos? São muito materialistas, gente atéia, sem religião, tudo positivista e maçônico. Se o Clemente Mariani, estivesse vivo, ou o Joaquim Murtinho, aí sim: gente de pulso forte pra conter essa ralé, esse povinho revoltoso que não respeita a figura sublime do nosso imperador.