quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Quando ri, se ri, uma crueldade de dentes


Descrição do tipo Boca grande, cara quadrada, mas prognata. O sorriso de cachorro louco, mostra uma crueldade de dentes: de ouro cuneiformes, só presas, um desperdicio. Nem se quizesse poderia parecer mais feio, fazendo caretas. ao natural, uma marmota, bugiu: o caipora. Quando fala, se fala uns grunhidos, a vós saindo apertada, gutural saida de um buraco cavernoso.Quando ri, se ri, uma crueldade de dentes.Cabelo ruim de negroaço, o nariz aberto, mesmo em situação de brandura. Os olhos, só tem sangue e veneno. O retrato escrito do da maldade, capeta em forma de gente, sem tirar nem por o demo, o coisa ruim. A sua faca dele de serrilha,pra doer mais fundo, cortando rasgado, só pra ver o cristão fazendo caretas quando estiver morrendo. Arrogancia e prepotencia só, o nó das mãos, o calombo proeminente, o braço em tábua como dos primatas, dos bugios. Catadura de animal, cara de piranha, os muitos dentes em serra. Sem testa, as sombrancelhas misturando com os cabelos. A barba de espinho, continuando pelo pescoço, emendada com o peito, curto, atarracado: um selvagem. Com ele não tinha explicação possível, o nenhum atenuante. Não diantava teimar.Bobagem. Mas foi de medo que o Tiãozinho matou ele com a texa insignificante: o erro na superavaliação de sua superioridade: bem no sangrador, por instinto de matar correto. A boca uma enormidade, um despotismo de dentes, arreganhada como de cachorro louco. Andava de déu em déu, ao Deus dará, caçando encrencas, um tirador de pontas. A pele de cuia, de cobre, como dos Pinducas, seus parentes próximos, descendentes de indios, uma gente de bugres. Resolveram de vim por banco em Cabo Verde, terra de jagunço, fazer arruaças. Pra eles, não tinha Justino nem Polico, nem Nenzinho, valentão nenhum. Brigavam de turma, de pé, de faca e cabeçada.Dis que podia que sesse gente dos figueiredo da Divisa, mas essa uma gente de mais honra, brabos mas respeitosos. Mas como que pode se eles era do Monte Santo, quase Mata dos Sinos, em Jacui, terra de gente papuda. O povo falam, que sem saber dos figueiredos, ele encarnou o esprito do Theófilo. Mas como, se eles num era bem dizer parente, que se saiba. Só se em outra encarnação, aí podia que sesse. Isso dele receber o esprito do Theófilo se deu, quando estava alongado pelos carrascais, foragido da policia. Lugar que sempre ia em apoio de fazer parte com o diabo, entregar sua alma dele ao demo, ou fazer trato com o cão. Diz que tinha o corpo fechado por ter entregado a alma pro coisarruim. Quando o esprito do Theófilo baixou no Godofredo, se deu acontecer que baixou tambem o esprito do burrão rateado, na mulinha do tal, que desembestou, na desabalada carreira, ladeira abaixo, arrastando o Godofredo pelas pedras, com o pé enganchado no estribo, com espora e tudo.