quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Um caminho de dor e de pedras:


O MENINO -Esse menino é mesmo que coisa ruim. -Você não tormente a idéia da cabeça, não, creatura de Deus! desse jeito você está caçando um jeito é de eu rumar esta manguara no alto desprovido de seu bestunto da tua pinha, feito pau de dar em doido. tenho dito: Prudenciana froes de albuquerque calazans. E foi, que se deu de acontecer um causo muito estranho da morte do casal de fazendeiro, sem o nenhum aviso prévio, consoante os registros dos anais do cartório do crime. Como que um alguem ia de imaginar um vivente daquelas matas, pasando só de vento e banana, de casca e só, como um bugiu. Só mesmo um Valdevino e Isaltino: Dorico e Doclideo. Se deu na foi na Cana do Reino, no encantado da Serra Escura, a Serra do Bugiu, de como que um era pra morrer e ficou vivo pra assistir a morte do outro enforcado no cipó de embira. "Como que as coisas são engraçadas e o destino caprichoso! a gente, o Homem passa o tempo da vida buscando uma explicação pro significado das coisas, tentando distinguir o certo do errado. Mas tem hora que desitende, acaba fazendo besteiras, meio por rumo, sem saber direito o que se passa em roda. Chega uma hora que até dá vontade de morrer e a gente nem sabe se estora os miolos como que muita gente já fez na vida e a gente não tem nada que dizer. Hoje, a gente não sabe se fizeram a coisa certa. A vida do Homem, ela é mesmo cheia de peripécias. Tem horas que a vida está por um fio de navalha. O mundo é muito grande, e o Homem está num cantinho muito longe, escondido, sem importancia nem motivos nenhuns pra ninguem botar pensão dum nada. Dizia o velho na sua simplidade: Eu sou de lá do sertão, por isso mesmo, eu quase num tenho amigos, vou vivendo a esmo, eu quase não saio, vivo só nesse mundo de meu Deus. O Homem, ele cresce em força e em sonhos, trilhando por um caminho de dor e de pedras: enfrenta o perigo e desafia a morte, pra depois, o tempo dele vencendo, virar num traste velho, sem serventia pra nada.