Tipo medonho, caratonho um tal de Tião Tiatonho. Simplório, trabalhador de roça, muito sacudido. Vivia do eito, situante, um mijico de terra, quarta e meia e salamin. Rocinha pouca, uma tutaméia duns poucos quase trinta litros de milho e feijão. mais deis litros de feijão solteiro, um arroisinho tiguera, muito maltratado de pragas, capivaras e lacraias. O medidor de palmo comendo solto de bocada, num deixando vingar os pés sadios. Criação quase nada um marruás e duas vacas de bezerro, mais outras tantas solteiras e amojando, chegadinhas pra dar cria. Um animal de lida e qualheira, pra selote e cangalha de bruaca, mais um piquira de sela, pra vender queijo na cidade. Mas foi depois de muita manta e trama com ciganos manada acampada no sítio, foi que manicou que era de negócio: tinha conseguido de passar manta no gajão, trocou de animal por um mais esperto e sadio, apanhou uma é gua de potrinho. De tanto ver os breganhistas melhorarem de vida, a poder de muita trama de negócio, encafifou que podia dar certo no negócio de animal e ficar rico, uma vida mais sem-vergonha e livre do compromisso diario de serviço.. E não é que que pelo fato de ser marinheiro de primeira viagem, acabou mesmo com sorte, não sei se porque uma coisa ajudou: um principio de doideira, uma nuvem de fraqueza da idéia, facilitou as coisas. Porque no fim acabava não fazendo conta das pequenas coisas, muito mão aberta e corajoso, fato que fez ele granjear a confiança do povo: tanto assim que todos o procuravam pra negócio, não vendo na sua pessoa simploria, nenhum daqueles defeitos: a muchibagem, a esperteza em demasia, ser águia em excesso.
Mudou pra cidade, casa duns parentes, viviam tudo empelotados: os tiatonhos. Comprava qualquer coisa sem o nenhum critério. Trocava. Não punha nenhum cabedal de empenho, mal examinava, confiava nos outros. Isso acabou ajudando, conferindo a sua pessoa dele uma enormidade de simpatia. Pouco por muito: ajuntava. O preço subia, ganhava sem querer, foi enricando. Juntou um despropósito de animal, criação: garrotes, porcos, cabritos, carneiros. Não enjeitava nada. As veses trocava, para ajeitar negócio, pelos mais conspicuos objetos, muitos sem serventia pra nada: espingardas, garruchas, canivetes. Do jeito que evinha, ia. Comprava a prazo, vendia a vista, o tempo passando, foi ajuntando tranqueiras. O preço das mercadorias subindo, a moeda desvalorizando, acabavam deixando despropósito de lucro. Acabou juntando uma colondria de gente rodiando ele, ajudavam nos negócios, tocavam criação, em troca de casa e comida, sempre farta, ele nomeio na maior simplidade. Com dinheiro na mão, era crise, os negócios davam certo: muito alem do que esperava, sem querer ganhava, que todos traziam informação: muito querido de todos, espalhafatoso nos gestos, grande de coração, placiano na sua prosa dele, muito espaçoso com todo mundo. Uma pessoa simpática, não fazia questã de nada, ajudava todo mundo.