quinta-feira, 21 de setembro de 2017

perguntas impossiveis de responder


Os olhos do velho, me trespassamdo com seus olhinhos de largato: só, e só no deserto, as pessoas fazem perguntas impossiveis de responder e que realmente interessam. Padecia da lembranças da juventude distante de sua antiga mocidade: dos erros, das vacilações, das tentações cedidas. Mas alimentava o espírito com as visões lúdicas daqueles tempos gostosos: -Eta pustema de vida disgramada! só lhe restava chorar a antiga mocidade, enquanto um pranto sereno fazia aflorar às pálpabras uma gota de amargura: inexoravelmente, o tempo não podia retrogir. nem das aventuras de seu tempo futuro negado. Era, em nesses descaminhos do tempo, perdido nos subterraneos da memoria, que com sábias enciclopédias, com centenares de milhões de milhares de respostas, para a falta de uma única, só e definitiva pergunta: Ó Deus! que é a vida? -Mas, com que cara e com que roupa eu vou me responder? quê que eu vou fazer? A nudez, não costuma mais afetá-lo, como nos velhos tempos de outrora: a vertigem do sonho, o prazer da lembrança não pedida, chegada de surpreza. Homens adultos e cultos, discutindo com ares judiciosos: seus passos escangalhados, trôpegos e esgalepados. Aí, ele recuou prum canto, amuado. Se encolheu num canto triste, uma cantiga de ladainha, gungunava. Ficou entoando cantigas tristes, dos tempos de outrora, não mais escutadas em o nenhum lugar, antigas, de muito que antigamente, passadas no oco tempo.